Economia

Cientista político diz que Lava-Jato destruiu o "capitalismo tupiniquim"

Operação contra corrupção na Petrobras proporcionou uma disputa eleitoral mais justa

Antonio Temóteo
postado em 15/12/2016 06:44
Murillo Aragão: investidor identifica os gargalos do país
As crises política e econômica têm produzido diversos efeitos sobre o país. O cientista político Murillo Aragão avaliou como ponto positivo o interesse da sociedade pela política. Ele destacou como exemplo as abstenções nas últimas eleições municipais. ;Foi muito alta, sobretudo nos grandes centros. A abstenção é uma manifestação política. A mediação do interesse da sociedade pela política está nas redes sociais. Há, sem dúvida, o aumento do interesse da sociedade;, avalia.

[SAIBAMAIS]Além disso, Aragão separa a operação Lava-Jato em dois vetores. O primeiro é a destruição do capitalismo tupiniquim, no qual empresas pagavam por decisões, ganhavam licitações e compravam políticos. ;Toda vez que surge um escândalo de corrupção, falam em regulamentar o lobby, mas não existe lobby no Brasil, o que existe é corrupção, em que você compra um político com uma mala de dinheiro. O segundo vetor é o fim do financiamento empresarial de campanhas, que vai proporcionar uma disputa mais justa;, comentou.

Apesar dos problemas, ele destacou que o Congresso, considerado por muitos o pior da história, aprovou a PEC do Teto com 60% de desaprovação popular. ;Então, ele está agindo de forma positiva. Quem investe está acompanhando o que está acontecendo, não pense que quem vai investir não sabe o que está acontecendo. Ele sabe depurar o que está escrito no noticiário, ele sabe olhar onde tem gargalos e onde tem oportunidades;, declarou.

Mudanças
A emenda constitucional que será promulgada hoje pelo Congresso é apenas um exemplo de mudanças que estão em curso não apenas para fazer o país voltar a crescer, avaliou o vice-presidente executivo do Correio Braziliense, Evaristo de Oliveira. ;Podemos fazer muito para mudá-lo, de forma que os erros do passado recente não se repitam. Períodos de dificuldade podem ser profícuos para ações transformadoras. Isso só pode ser feito, porém, com a identificação dos problemas e das melhores soluções possíveis;, afirmou.

Segundo ele, esse é o objetivo do Correio ao convidar autoridades e especialistas com conhecimento sobre a economia para debater os rumos que o país deve tomar em 2017. ;Está é uma preocupação que tem pautado o jornal desde que ele surgiu, no mesmo dia de criação desta capital: contribuir para o desenvolvimento do país que se constrói em Brasília;, destacou.

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