postado em 05/01/2017 07:50
Quem saiu ontem para abastecer o carro se assustou com o aumento do preço dos combustíveis no Distrito Federal. Em alguns postos, o litro da gasolina passava de R$ 3,90. A elevação também afetou o etanol, que chegava a ser vendido por R$ 3,49.
;Os postos aumentam os preços sem explicação alguma. Chegou até a haver redução no fim do ano passado, mas todo mundo sabia que não ia durar muito. Eles se aproveitam do período de início de ano para prejudicar o consumidor. Para encher o tanque, vou gastar R$ 190;, queixava-se o gerente comercial Valdo Inácio, de 43 anos, em um posto do Sudoeste onde o litro da gasolina saía por R$ 3,89.
[SAIBAMAIS]O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) informou, em nota, que, em 1; de janeiro, o governo federal retirou a isenção de PIS/Cofins sobre o etanol, decisão que pode provocar novos aumentos dos combustíveis. A elevação do etanol acaba puxando para cima o preço da gasolina, que tem álcool em sua composição.
A biomédica Cristiane Vieira, de 26 anos, contou que foi duas vezes a um posto do Cruzeiro nesta semana e encontrou preços bem diferentes em menos de três dias. ;Na segunda-feira, a gasolina estava a R$ 3,45 por litro. Hoje, subiu para R$ 3,69. Está difícil usar o carro;, destacou Cristiane.
Disparidade
Apesar das altas já sentidas pelo consumidor, os custos podem subir ainda mais. Nos próximos dias, haverá nova reunião do Grupo Executivo de Mercado e Preços da Petrobras (GEMP), colegiado que, a cada 30 dias, define os preço dos combustíveis de acordo com as cotações internacionais, que estão em alta. O último encontro foi em 6 de dezembro. Na ocasião, a estatal elevou o preço do diesel nas refinarias em 9,5%, em média, e o da gasolina, em 8,1%.
O levantamento do Correio encontrou o preço mais alto em um posto do Paranoá, onde o litro da gasolina comum era vendido a R$ 3,93. O valor mais baixo era praticado na Quadra 206 Norte do Plano Piloto ; R$ 3,51. Segundo o economista César Bergo, de 57 anos, a estratégia das grandes redes de revenda acaba penalizando o consumidor das regiões de menor poder aquisitivo. ;Em bairros mais ricos, elas vendem mais combustível. Já nas regiões carentes, a demanda é menor.
Para compensar, as empresas acabam aumentando o preço nessas regiões. Ou seja, os postos cobram menos de quem pode pagar mais. Além disso, a nova política da Petrobras segue o mercado internacional, e a elevação do Pis-Cofins sobre o etanol afeta diretamente o preço da gasolina;, destacou César.