A poupança voltou a atrair investidores depois que voltou a vencer a inflação e a ter ganhos reais. Apesar de ter passado grande parte de 2016 com mais saques do que depósitos, nos últimos dois meses, a captação líquida foi positiva ; só em dezembro, foram R$ 10,669 bilhões. Mesmo assim, no ano, a caderneta ficou no vermelho em R$ 40,7 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC).
Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, o resultado positivo do fim de 2016 tem muito mais a ver com o recebimento do 13; salário pelos trabalhadores do que com a melhor rentabilidade das cadernetas diante da queda da inflação, a partir de outubro. ;Não dá para comemorar, porque a captação líquida negativa vai continuar em 2017;, alertou.
Segundo Oliveira, num primeiro momento, o que levou os investidores a tirarem dinheiro da poupança foi a rentabilidade baixa, que estava perdendo para a inflação. ;Mas, depois, quem migrou migrou. A inflação alta e o desemprego corroem o rendimento da família e não sobra para poupar. Ou o que é pior, as pessoas precisaram sacar reservas para complementar a renda;, destacou o especialista.
Fábio Gallo Garcia, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca a melhora do rendimento da poupança em relação à inflação. ;Em 2015, ela perdeu muito. Foi 10,67% de carestia ante uma rentabilidade de 8,02%, ou seja, muito negativo. No ano passado como um todo, também há perda. Mas, em outubro, com a queda da inflação, a remuneração melhorou;, disse.
Pelos cálculos do professor da FGV, se a inflação fechar 2016 em 6,5% e a poupança render os mesmos 8% de 2015, o ganho real terá sido de de 1,5%, o que torna o investimento mais atrativo. ;Ela tem vantagens como isenção de Imposto de Renda, é de fácil aplicação, e conta com o Fundo Garantidor de Crédito até R$ 250 mil;, enumera.
Contudo, Garcia também credita ao 13; salário a captação líquida positiva do fim de 2016. ;Como as famílias estão muito preocupadas com o desemprego e com a economia, qualquer dinheiro que sobra vai, primeiro, para pagar dívidas. O resto vai para a poupança porque pode ser necessário lá na frente.;
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