Economia

Reação no PIB depende da retomada da demanda doméstica, diz FGV

O PIB cresceu 0,67% em novembro ante outubro, segundo estimativa do Monitor do PIB-FGV. Mas, segundo Considera, os dados do mês são voláteis, e, por enquanto, não há nada que indique melhora de fato

Agência Estado
postado em 13/01/2017 13:25

Rio, 13 - As exportações mostram reação, mas apenas a retomada da demanda doméstica será capaz de alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, avaliou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O PIB cresceu 0,67% em novembro ante outubro, segundo estimativa do Monitor do PIB-FGV. Mas, segundo Considera, os dados do mês são voláteis, e, por enquanto, não há nada que indique melhora de fato. Na comparação com novembro de 2015, houve retração de 1,5% na atividade econômica.

"A exportação está positiva, mas é muito pouco para ser o motor da economia, não tem estímulo suficiente. É importante, gera renda, beneficia alguns setores. Mas é necessária a retomada da demanda interna, não há dúvida", declarou Considera.

O indicador da FGV busca antecipar a tendência da atividade econômica usando as mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no cálculo oficial das Contas Nacionais.

Em novembro, todos os componentes da demanda tiveram perdas em relação ao mesmo mês do ano anterior, com exceção das exportações, que avançaram 7,8%. O consumo das famílias recuou 1,9% em novembro ante o mesmo mês de 2015, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) encolheu 5,8%.

Segundo Considera, a efetivação de uma nova rodada de concessões e eventuais privatizações poderia dar início a uma recuperação do PIB, na medida em que impulsionaria investimentos e potencialmente propiciaria a volta do consumo.

"Concessões e privatizações são formas de atrair investimento, principalmente estrangeiro. O consumo das famílias só vai melhorar mesmo quando retomar o emprego e a renda. Mas o emprego pode ser trazido pelos investimentos, o que geraria renda. Assim as famílias voltariam a consumir", defendeu o coordenador do Monitor.

Por Agência Estado

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