[SAIBAMAIS]As reformas, de acordo com Meirelles, estão sendo muito bem avaliadas. Ele citou que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos públicos está de acordo com o cronograma que o governo havia anunciado no ano passado. Também mencionou a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da admissibilidade da reforma da Previdência na Câmara e as reformas microeconômicas que foram anunciadas. "Estes são problemas que o Brasil enfrenta há várias décadas", afirmou.
O ministro da Fazenda também enfatizou a classificação sobre a facilidade de produção feita pelo Banco Mundial (Bird). "O Brasil tem estado em uma classificação muito ruim em vários anos É a primeira vez que estamos enfrentando esse assunto decisivamente com as reformas microeconômicas", disse. Ele citou problemas de registro de companhias em juntas comerciais, em grupo de bombeiro, dificuldade de se pagar impostos. "Há também uma dificuldade burocrática de exportar. Estamos introduzindo um portal que vai permitir um processamento muito rápido de toda a documento de exportação e pagamento de impostos e várias medidas nessa linha", disse. A questão trabalhista começará a ser endereçada agora também, conforme Meirelles.
"É uma visão bastante positiva. Há muita curiosidade (dos investidores), interesse em saber como está a questão do crescimento do ritmo de atividade da economia", comentou. Ele voltou a dizer que prevê um Produto Interno Bruto (PIB) negativo no último trimestre de 2016 comparado com o trimestre anterior, mas já espera crescimento no primeiro de 2017. No quarto trimestre deste ano, de acordo com ele, a economia crescerá 2% sobre idêntico período de 2016. "É o que interessa, mas médias não dizem muito", argumentou.
A redução da inflação também está sendo vista de maneira positiva e consistente pelos investidores, conforme Meirelles, "o que tem permitido ao BC tomar medidas adequadas".
Ao mesmo tempo, salientou o ministro da Fazenda, há muita preocupação por parte dos investidores com regiões sempre consideradas sólidas e estáveis, como na Europa. Ele mencionou a questão dos imigrantes na Alemanha, da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), o problema de auxílio do governo italiano aos bancos, o surgimento do nacionalismo e do radicalismo em muitos países europeus e preocupação com as próximas eleições, além de "alguma preocupação" com efeito do início do governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
"Eles (os investidores) olham e falam: dentro desse quadro, o Brasil parece muito bom, apesar das discussões políticas e todo o processo de investigação, que continua, mas que é visto como positivo. O Brasil vai cada vez mais mostrando solidez de suas instituições", defendeu. Para ele, o momento é positivo, apesar de ainda a população brasileira estar sentindo o pico do desemprego. "Esperamos que no correr deste ano a população vá sentir efeitos da retomada do crescimento. Vai ficar mais claro no segundo semestre deste ano", prometeu.