O discurso de ontem da presidente do banco central norte-americano, Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, confirmou a perspectiva de três altas nos juros americanos este ano. O efeito só não foi maior no mercado porque a declaração foi feita no fim do dia e provocou uma alta de apenas 0,28% no dólar, que fechou o pregão cotado em R$ 3,219. Após passar o dia no campo positivo, o Ibovespa, principal índice de lucratividade da Bolsa de Valores de São Paulo (BM), perdeu força e virou para queda de 0,32%, aos 64.149 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 7,525 bilhões.
Além do discurso de Janet Yellen, os investidores ficaram atentos às falas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em Davos, na Suíça, e à proximidade da posse do presidente eleito Donald Trump, amanhã. Na véspera, Trump abalou o mercado de câmbio, inclusive no Brasil, ao quebrar uma tradição dos presidentes do país e comentar sobre o patamar do dólar. Ele disse que a divisa dos EUA estava ;muito forte;, o que derrubou a moeda.
Ontem, no entanto, a presidente do Fed foi mais dura do que o normal ao falar sobre elevação dos juros e o dólar se recuperou parcialmente no mundo. ;Com a economia dos Estados Unidos perto do pleno emprego e a inflação no caminho para alcançar o objetivo de 2% do Federal Reserve, faz sentido elevar gradualmente as taxas de juros;, disse Yellen. ;Esperar muito tempo poderia levar a uma surpresa desagradável no caminho, ou muita inflação, instabilidade financeira ou ambos. Nesse cenário, poderíamos ser forçados a elevar as taxas de juros rapidamente, o que por sua vez poderia levar a economia a uma nova recessão;, emendou.