Economia

Oito de cada 10 brasileiros dizem que não conseguem viver sem o celular

Com presença cada vez maior na vida das pessoas, dispositivos móveis não param de evoluir, oferecem novas funcionalidades e criam hábitos entre os consumidores.

Marlla Sabino*
postado em 21/01/2017 06:00
Imagine poder dobrar o celular a ponto de ele caber totalmente no bolso, ou que ele seja flexível a ponto de ser usado no pulso, como um relógio, e, ainda assim, tenha uma tela grande, como a dos modelos atuais. Ou, então, conversar com um amigo por chamadas de vídeo com hologramas. Essas tecnologias ainda não estão disponíveis no mercado, mas entraram no radar da indústria de telecomunicações e podem ser realidade daqui a alguns anos.

Para o especialista em redes de computadores Artur Ziviani, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e pesquisador do Laboratório Nacional de Computação Científica, ainda é preciso aprimorar as tecnologias para que essas funções se tornem reais. ;Precisamos de materiais novos para as telas flexíveis, e por mais que já tenhamos desenvolvido protótipos que testam hologramas em 3D, isso ainda precisa ser consolidado para estar presente no dia a dia;, explica.

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[SAIBAMAIS]Para o futuro mais próximo, o que se prevê é a ampliação e o aprimoramento de recursos que já funcionam. É o caso, por exemplo, de funcionalidades que usam realidade aumentada, conceito que ganhou o mundo com o surgimento de aplicativos capazes de mesclar conteúdo virtual com imagens do mundo real, como se viu, recentemente, na febre mundial do ;Pokémon Go;.

;Em dois ou três anos, teremos o controle de voz, que já usamos, com processamento de linguagem natural e aprimoramento em biometria por leitura de íris;, opina Ziviani. O desejo de consumo tecnológico acompanha o surgimento de novos portáteis. Como as pessoas querem estar conectadas todo o tempo, aumenta a pressão pelo desenvolvimento de baterias que permaneçam mais tempo carregadas, diz o especialista.

Rotina


Hoje, oito em cada 10 brasileiros possuem um celular, de acordo com pesquisa realizada pela Delloite. Previsões da Counterpoint Research apontam que smartphones representarão mais de 90% de todos os aparelhos móveis vendidos no Brasil nos próximos anos e que, a partir da próxima década, todos os aparelhos serão dessa categoria. O dispositivo é um dos objetos mais desejados pelos consumidores e, além de mudar a forma como as pessoas se comunicam, gerou novos hábitos.

Visto quase como uma extensão do corpo, o aparelho já faz parte da rotina: é usado nas refeições, no trabalho, durante a pausa do semáforo fechado e até ao atravessar a rua. ;O smartphone é um hub não somente para uso pessoal mas também para aplicações corporativas, o que converge para o fenômeno da transformação digital das empresas;, diz Márcia Ogawa, sócia líder da consultoria Deloitte. As pessoas se conectam até de madrugada para checar as mensagens recebidas.

Antes mesmo de levantar da cama, a instrutora pessoal Lílian Neuberger Guimarães, 44 anos, já tem o celular nas mãos. Assim que acorda, ela lê mensagens em três contas de e-mails ; duas profissionais e uma para assuntos pessoais ; e vê as novidades nas páginas do Facebook e no Instagram. Esse é o mesmo comportamento de 32% dos brasileiros, que afirmam que a primeira coisa que fazem ao acordar é checar o aparelho. Durante o café da manhã, Lílian responde os e-mails. Cerca de 35% das pessoas usam o smartphone enquanto comem em casa.

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* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo

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