Economia

Abear: primeiros sinais indicam que janeiro de 2017 será pior que de 2016

"A primeira sensação é de que ainda não abrimos bem o ano", disse Sanovicz, durante coletiva de imprensa

Agência Estado
postado em 26/01/2017 13:38
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirma que os primeiros indícios fornecidos pelas companhias aéreas associadas apontam que o resultado do setor aéreo em janeiro de 2017 será pior que o verificado no mesmo mês do ano passado, informando ainda que a entidade não vê sinais de recuperação na demanda por voos.

"A primeira sensação é de que ainda não abrimos bem o ano", disse Sanovicz, durante coletiva de imprensa. "Ainda não tenho acesso aos dados fechados, mas os primeiros sentimentos recolhidos das associadas em janeiro apontam para resultados piores que os de janeiro do ano passado."

Segundo o executivo, as perspectivas para esse ano seguem inalteradas, com a possibilidade de recuperação do mercado de aviação a partir do segundo semestre. No entanto, Sanovicz vincula as eventuais boas notícias a uma recuperação da economia brasileira e ao cumprimento de reivindicações do setor, entre elas a redução do ICMS que incide sobre o combustível de aviação e a aprovação das medidas de estímulo ao segmento, formuladas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

"Os dados mostram que estamos fazendo um pouso suave", disse Sanovicz. "Mas não vemos a demanda aumentando. Estamos ajustando a oferta a uma demanda que se mostra cada vez menor."

Anac

Questionado sobre a suspensão, por parte do plenário do Senado, da resolução da Anac que delibera sobre as novas regras do transporte aéreo - entre elas, a permissão para que as empresas aéreas cobrem pela bagagem despachada em viagens -, o presidente da Abear avaliou que a medida passa uma mensagem de "fragilidade do ambiente regulatório".

"A agência reguladora solta uma resolução após 18 meses de discussão, cumprindo todos os ritos, e 48 horas depois o Senado suspende, em 20 minutos", disse. "A consequência disso, e isso foi lido por um conjunto de investidores e parceiros no exterior, é que há uma fragilidade no ambiente regulatório do País, no momento em que parte da agenda de recuperação econômica passa pelo avanço no programa de concessões."

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