Economia

Após aprovação da PEC do teto, governo poderá gastar até R$ 1,3 tri em 2017

Ministro do Planejamento explica que o montante resulta da correção de 7,2% do valor dos desembolsos feitos em 2016, que chegaram a R$ 1,214 trilhão

Antonio Temóteo
postado em 01/02/2017 06:00

O governo federal poderá gastar até R$ 1,301 trilhão em 2017 após a aprovação, pelo Congresso, do limite para crescimento das despesas da União, informou nessa terça-feira (31/1) o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Ele explicou que o montante resulta da correção de 7,2% do valor dos desembolsos feitos em 2016, que chegaram a R$ 1,214 trilhão.

Na conta, não são levados em consideração R$ 263,6 bilhões que se referem a transferências constitucionais, a despesas como créditos extraordinários, a gastos não recorrentes da Justiça Eleitoral, a despesas com aumento de capital de estatais, a créditos extraordinários e à complementação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

De acordo com Oliveira, a norma constitucional determinou que o teto leve em conta o resultado efetivo das despesas de 2016. Entretanto, a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2017 foi aprovada com a projeção de gastos de R$ 1,306 trilhão. Por isso, será necessário publicar uma portaria para adequar a norma e reduzir em R$ 4,7 bilhões os desembolsos públicos previstos para este ano. O documento está publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje.

Do valor total que será suprimido do Orçamento, R$ 1,08 bilhão se refere a despesas com pessoal, R$ 1,8 bilhão a emendas discricionárias e R$ 1,8 bilhão a pagamento de benefícios da Previdência Social, diante do reajuste menor do que o esperado no valor de aposentadorias e pensões. ;O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou o ano em 6,58%, ante uma projeção de 7,5% prevista na LOA;, detalhou o ministro do Planejamento.

De acordo com o ministro, o projeto de lei orçamentária para 2018 será enviado pelo governo ao Congresso com base na despesa efetiva. Já o limite de desembolsos deste ano foi dado pela aplicação do índice oficial de inflação, o IPCA, acumulado em 12 meses até junho. ;Isso é um caso específico, que só ocorrerá neste ano em virtude dessa inovação na política fiscal e orçamentária;, detalhou.

Contingenciamento

Dyogo disse ainda que a adequação ao teto de gastos não deve ser confundida com o contingenciamento do Orçamento. Essa possibilidade não pode ser descartada. ;O contingenciamento dependerá da performance da arrecadação, pois há uma meta fiscal a ser cumprida;, afirmou. A meta a que se referiu o ministro é a projeção de um deficit de, no máximo, R$ 139 bilhões nas contas públicas.

Um eventual corte no Orçamento deve ser divulgado no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas do primeiro bimestre, documento que será publicado pelo governo até 22 de março. O ministro também confirmou que o Executivo discute uma revisão nas regras do Fies, programa de financiamento estudantil. Ele não deu detalhes sobre as eventuais mudanças que podem ser feitas no programa.

A execução das emendas apresentadas por parlamentares, destacou o titular do Planejamento, vai depender da disponibilidade orçamentária. ;Não acredito que esse bloqueio vá gerar nenhum ruído excessivo com o Congresso;, minimizou, ao comentar a redução de recursos disponíveis para emendas discricionárias. (AT)

Concursos suspensos

Segundo Dyogo Oliveira, os concursos para a seleção de pessoal continuam suspensos em 2017. Somente os casos de substituição de terceirizados e os certames motivados por decisões judiciais serão realizados. ;Os concursos estão vedados, suspensos, neste ano de 2017. Temos um estoque de concursos autorizados até 2015 que ainda estavam em execução. Alguns dos selecionados nesses certames tomarão posse ao longo deste ano;, afirmou.

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