Rodolfo Costa
postado em 08/02/2017 09:16
O arrefecimento da inflação continua surpreendendo. Em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cravou em 0,38%. Foi o resultado mais baixo para o mês desde 1979, início da série histórica. O desempenho, por sinal, veio abaixo do previsto pelo mercado, que apostava em uma variação de 0,47%. Com o resultado, o custo de vida acumulado em 12 meses ficou em 5,35%.
A desaceleração dos preços, no entanto, não foi possível graças a um efeito benéfico dos alimentos. Pelo contrário. Em janeiro, o gasto médio com alimentação e bebidas subiu 0,35%. Em dezembro, a alta havia sido de 0,08%. Os itens que mais registraram avanço de preços foram cenoura (7,98%), óleo de soja (7,98%) e farinha de mandioca (5,51%).
Duas classes de despesas ajudaram a colocar a inflação no patamar mais baixo em mais 23 anos: o de despesas pessoais e o de transportes. Os gastos com itens pessoais desacelerou de 1,01%, em dezembro, para 0,45% em janeiro. Já o custo com transportes arrefeceu de 1,11% para 0,77%.
O gasto médio com transportes só não foi maior por um movimento de queda das passagens aéreas, que desabou. Em dezembro, esse item subiu 26,29%. Em janeiro, houve uma queda de 7,36%. Esse movimento amenizou a pressão exercida pelos desembolsos com ônibus urbanos, que avançaram 2,84% e lideraram o ranking dos principais impactos individuais, com 0,07 ponto percentual de todo o IPCA.