Economia

Meirelles espera que mercado aumente projeção de alta 0,5% do PIB deste ano

Ministro disse que vai aguardar até março para fazer a revisão das projeções macroeconômicas, e demonstrou otimismo com recuperação da economia

Rosana Hessel
postado em 09/02/2017 12:52
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anda mais otimista do que nunca, se assemelhando com seu antigo rival, Guido Mantega, quando ele chefiava o ministério da Fazenda e Meirelles comandava o Banco Central. Meirelles espera que o mercado eleve suas previsões ;para cima; nos próximos dias. Segundo ele, o governo só fará uma revisão nas previsões macroeconômicas, incluindo a do Produto Interno Bruto (PIB), em março, quando será divulgado o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas.
;Concluímos que não há necessidade de fazermos agora uma revisão do PIB;, afirmou Meirelles, após participar do evento Caixa 2017, nesta quinta-feira (9/02). ;Está havendo uma série de mudanças importantes, uma inflexão positiva na economia brasileira e acreditamos que devemos deixar tudo para março e aí avaliaremos a taxa de crescimento do PIB;, acrescentou.

A previsão atual do governo é de crescimento de 1% do PIB em 2017, mas a média do mercado medida pelo boletim semanal Focus, do Banco Central, está em 0,5%. Há instituições, como o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), que prevê queda de 1,5% neste ano. Meirelles reforçou que espera uma expansão de 2% no último trimestre de 2017 em relação ao mesmo período de 2016. ;Mantemos nossa previsão anterior e estamos com esse crescimento na ponta no final do ano de 2%. O crescimento médio do mercado está em 0,5% e estamos acima disso, mas vamos aguardar um pouco porque deve haver uma revisão para cima do mercado;, disse.
Meirelles ainda destacou que o governo aposta na aprovação da segunda etapa do programa de repatriação de ativos no exterior pelo Congresso Nacional e no programa de regularização tributária como formas de aumento da arrecadação do governo neste ano, para o cumprimento da meta fiscal para 2017, de um rombo fiscal de R$ 139 bilhões para as contas do governo federal.

Cassação de Pezão

Ao ser questionado se o acordo de socorro firmado recentemente entre a União e o estado do Rio de Janeiro seria prejudicado com a cassação do mandato do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Meirelles minimizou o fato. ;O governador Pezão está no cargo e está trabalhando normalmente. O acordo é superior às pessoas. Ele é entro a União e o estado do Rio de Janeiro;, disse o ministro.
Meirelles informou que, na próxima segunda-feira (13), terá um encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, para uma conversa sobre o pedido do Rio de Janeiro em antecipar a autorização para a liberação do empréstimo ao estado previsto acordo firmado entre a União e o estado. ;Vamos ter uma reunião para discutir exatamente a questão de antecipar ou não o acordo. A decisão é do Tribunal.
O importante é que se for antecipado, e é isso que vamos enfatizar, seja de fato antecipado o acordo integralmente, não só no que diz respeito à possibilidade de o RJ tomar empréstimo, mas também às medidas de aumento de receita e de diminuição de despesa do RJ para que o estado possa funcionar e fechar as contas do ano de 2017 e dos anos seguintes;, destacou.

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