Jornal Correio Braziliense

Economia

CNI: iniciativa privada pode ajudar o Brasil no plano de saneamento básico

Pelo levantamento, no ritmo atual de investimentos, a universalização dos serviços no Brasil seria atingida apenas em 2052

A participação da iniciativa privada pode ajudar o Brasil em relação ao plano de universalização dos serviços de saneamento básico até 2033. Pelo menos é o que revela estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quarta-feira (15/2). De acordo com a CNI, países eficientes em saneamento básico, como Alemanha, Inglaterra e Chile, têm ampla participação de companhias privadas.

A cobertura de serviços de esgoto no Brasil apresenta grande defasagem na comparação com países com renda per capita equivalente ou até menor, que têm participação de empresas privadas maiores. O Chile, por exemplo, possui 94% de participação privada, e Brasil apenas 5%. A CNI defende que o Brasil importe exemplos internacionais de sucesso para melhorar seus índices de saneamento.
Leia mais notícias em Economia

Na avaliação da entidade, não há um modelo único ideal, pois os países analisados mostram soluções heterogêneas para o desenvolvimento do saneamento. No entanto, há três ingredientes fundamentais para o bom funcionamento do setor: planejamento, regulação e gestão.

"No contexto brasileiro, a maior participação do setor privado seria fator chave para as melhorias desses três aspectos", destaca o estudo, que examinou também a situação na Alemanha, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, México e Inglaterra.

Pelo levantamento, no ritmo atual de investimentos, a universalização dos serviços no Brasil seria atingida apenas em 2052 - quase 20 anos depois da meta estipulada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Entre 2009 e 2013, conforme dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), a média brasileira de investimento no setor foi de R$ 11,12 bilhões.

Em 2014, a cifra chegou à ordem de R$ 12,2 bilhões, enquanto em 2015 estima-se que a fatia não tenha passado de R$ 8,5 bilhões, redução de mais de 30%. A previsão do Plansab para investimentos em 2014 era de R$ 26,8 bilhões, mais do que o dobro do valor investido naquele ano.