Economia

Janeiro foi o 22º mês consecutivo de alto índice de desemprego no país

2017 começou com mais desemprego. Janeiro foi o 22º mês consecutivo de redução de vagas com carteira assinada, mas os números não são tão ruins quanto os do ano passado. Em 12 meses, foram fechados 1,28 milhão de postos em todo país

Vera Batista
postado em 04/03/2017 07:00
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O ano de 2017 começou com a perda de 40.864 vagas com carteira assinada, consequência de 1.225.262 admissões e 1.266.126 desligamentos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Janeiro foi o 22; mês consecutivo de desemprego no país. O último registro positivo nas contratações ocorreu em março de 2015, quando foram criados 19,2 mil vagas. Em 12 meses até janeiro último, foram destruídos 1,28 milhão de empregos formais.

Embora ainda significativos, os números atuais são menos ruins do que os de janeiro de 2016, quando o saldo negativo foi mais do que o dobro (99.717), e de 2015 (81.774). Para o coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, apesar da piora significativa dos índices de emprego desde abril de 2015, neste ano, a situação é um pouco diferente. ;Há sinais de que a recuperação econômica está em curso;, assinalou.

[SAIBAMAIS];Os resultados da indústria de transformação, que volta a apresentar números positivos, são importantes. Em janeiro de 2107, contratou-se 17,5 mil trabalhadores a mais;, reforçou Magalhães. Se essa tendência permanecer, em maio ou junho, antes até do que apostavam os analistas de mercado, haverá uma reversão da queda nas contratações, disse. O saldo de janeiro, segundo ele, já é um sinal de que, com a redução dos juros e da inflação, e com o controle nas contas públicas, a confiança do empresariado aumentou.

Segundo o Caged, o comércio teve o pior desempenho em janeiro, com 60.075 postos fechados, mas em menor ritmo que em 2016, quando foram fechadas 69.750 vagas. O setor de serviço ficou em segundo lugar, com saldo negativo de 9.525 empregos em 2017, um pouco menos do que janeiro de 2016 (17.159). A indústria de transformação, por outro lado, encerrou janeiro no azul, com 17.501 vagas (havia fechado 16.553 postos em janeiro de 2106). Na agropecuária, a diferença entre as admissões e demissões foi de 10.663 vagas a menos, resultado superior ao do mesmo mês do ano anterior (8.729).

Destaque

Nove estados terminaram janeiro com desempenho positivo no saldo de emprego. O destaque foi Santa Catarina, com aumento de 11.284 vagas formais, seguido de Mato Grosso (acréscimo de 10.010 postos) e do Rio Grande do Sul, com mais 8.134 empregos. Na análise de Alex Agostini, economista-chefe da consultoria Austin Rating, as taxas de desemprego ainda deverão permanecer elevadas por todo este ano.

;Para que haja geração de emprego de forma consistente, primeiramente, os índices de confiança devem se traduzir em investimentos que, por sua vez, se refletirão em geração de consumo, emprego e renda;, destacou Agostini. Ele acha que é possível alguma reação, a partir da segunda metade de 2017. ;Mas a taxa de desemprego e o emprego propriamente dito devem melhorar de forma consistente, se nada der errado, só a partir de 2018;, ressaltou.

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