Economia

Ilan: reformas serão decisivas para a sustentabilidade da desinflação

Durante discurso feito no centro da capital paulista, Ilan destacou que as reformas e ajustes econômicos aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco em relação ao Brasil

Agência Estado
postado em 07/03/2017 08:22
Ilan repetiu ainda que o trabalho do governo e do BC tem sido efetivo nos últimos meses em conter a inflação e ancorar as expectativasO presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse na noite desta segunda-feira (6/3) que a aprovação das reformas, em especial a da Previdência, será decisiva para a sustentabilidade da desinflação, bem como para a queda da taxa de juros estrutural da economia.

Durante discurso feito no centro da capital paulista, cujos principais tópicos foram divulgados no site do BC, Ilan destacou que as reformas e ajustes econômicos aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco em relação ao Brasil.

O presidente da autarquia responsável pela política monetária reafirmou que quanto mais o País perseverar nas reformas e ajustes, mais rápida será a recuperação econômica, com geração de emprego e renda. Combinada a outros esforços do governo, a flexibilização monetária - ou seja, a redução dos juros - deve contribuir para a retomada do crescimento, afirmou.

Ilan repetiu ainda que o trabalho do governo e do BC tem sido efetivo nos últimos meses em conter a inflação e ancorar as expectativas. Nesse ponto, lembrou que a inflação acumulada em doze meses caiu de 10,7% em dezembro de 2015 para 5,3% em janeiro de 2017.

"As expectativas para a inflação ao final de 2017 vêm declinando consistentemente e se encontram em 4,4%. Para 2018 e horizontes mais longos, as expectativas para a inflação dos analistas permanecem ancoradas em 4,5%, meta atual", afirmou o titular do BC, segundo os apontamentos divulgados. "É importante ancorar as expectativas antes de iniciar o ciclo de flexibilização monetária", acrescentou.

Menor estoque de swaps cambiais traz conforto

Ilan Goldfajn, disse ainda que o estoque de swaps cambiais foi reduzido de US$ 108 bilhões para US$ 22 bilhões, o que "traz mais conforto". Ele acrescentou, porém, que isso não significa que a autarquia não voltará a diminuir o tamanho do estoque de swaps cambiais no futuro.

Durante discurso proferido durante premiação dada a Goldfajn na capital paulista pela Universidade Hebraica de Jerusalém, o presidente do BC comentou que, em meio a um cenário de incertezas na economia internacional, o Brasil está menos vulnerável a choques externos. Ao citar exemplos que confirmam esse quadro, lembrou da situação que classificou como "confortável" do balanço de pagamentos do País e do estoque de reservas internacionais que ultrapassa US$ 370 bilhões.

Segundo Goldfajn, o regime de câmbio flutuante seguirá como a primeira linha de defesa contra choques externos, mas isso não impede o BC de usar instrumentos à disposição para evitar volatilidade cambial excessiva.

Ele citou as incertezas relacionadas à implementação e consequentes repercussões externas da política econômica do presidente Donald Trump nos Estados Unidos. Por outro lado, assinalou que em outras regiões do mundo, incluindo a Europa, poderão ser registrados efeitos positivos no crescimento, com menores impactos para a política monetária.Tal combinação, disse Goldfajn, tende a fortalecer o dólar e colocar maior pressão nas taxas de juros americanas.

O presidente do BC comentou também que, a despeito das incertezas, tanto os Estados Unidos quanto outras economias avançadas estão se recuperando, de forma que não se pode descartar a possibilidade de um cenário global mais favorável ao crescimento. Nesse contexto, ressaltou, os preços das commodities podem continuar se valorizando, contribuindo para acelerar a recuperação econômica das economias exportadoras de petróleo.

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