postado em 07/03/2017 15:03
As mulheres continuam a sofrer mais com o desemprego do que os homens na Região Metropolitana de São Paulo. Embora a falta de postos de trabalho atinja ambos os sexos pelo terceiro ano consecutivo, para elas, a taxa de desocupação passou de 14,3%, em 2015, para 18,3%, em 2016, a mais alta desde 2007. Entre os homens, a taxa passou de 12,2% para 15,5%, a maior desde 2005.
Os dados abordam a inserção da mulher no mercado de trabalho e compõem a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (PED-RMSP), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e parceiros regionais.
As mulheres representam um pouco mais da metade do total de desempregados da Região Metropolitana de São Paulo (51,1%, em 2016), segundo a pesquisa. A taxa de desemprego das mulheres é, tradicionalmente, superior à dos homens. A diferença entre os segmentos em 2016 foi de 2,8 pontos porcentuais e voltou a crescer. Em 2015. foi de 2,1 pontos percentuais.
Maioria no mercado
A pesquisa mostrou também que a presença de mulheres no mercado de trabalho permanece praticamente estável, entre 2015 e 2016, ao passar de 55,4% para 55,3%. Segundo a pesquisa, essa taxa vem mostrando poucas alterações nos últimos anos, após crescimento observado principalmente na década de 1990. O comportamento da taxa de participação das mulheres foi diferenciado segundo atributos pessoais, destacando-se o aumento de participação de mulheres casadas, de não negras e de jovens de 16 a 24 anos.
O nível de ocupação diminuiu em todos os setores de atividade, assim como a formalização do trabalho. A queda foi verificada na Construção (-15,0%), Indústria de Transformação (-11,2%), Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-6,0%) e Serviços (-1,9%).
No setor de Serviços, que emprega 71,7% do total das mulheres ocupadas, grande parte dos segmentos analisados tiveram retração, exceto os de Transporte, Armazenagem e Correio, que aumentou 16,0%, e de Serviços domésticos, com elevação de 3,4%. Esse ramo apresentou forte declínio em seu nível ocupacional nas últimas duas décadas, mas ainda é um importante empregador de mão de obra feminina (responsável por 14,1% do total de ocupadas), principalmente em momentos de baixo ou nenhum crescimento econômico.
A pesquisa ainda revelou que em 2016 o rendimento médio real por hora diminuiu: a hora de trabalho das mulheres equivale a 84,1% da dos homens. Ano passado, o rendimento médio real das mulheres ocupadas na Região Metropolitana de São Paulo equivalia a R$ 1.695, enquanto o dos homens, a R$ 2.281.