Marlla Sabino*
postado em 12/03/2017 11:26
O carro é, normalmente, a primeira grande compra de quem atinge a maioridade. Seja qual for o modelo, o automóvel sempre esteve nos sonhos dos brasileiros. Com a recessão econômica, o desemprego e a queda da renda, porém, a oportunidade de adquirir um carro zero-quilômetro diminuiu tanto que as vendas recuaram 14,9% nos últimos 12 meses anteriores a fevereiro ; e continuam a cair, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Comprar um carro novo, no entanto, nem sempre é a melhor opção. Para quem precisa de um veículo para se locomover, escolher um seminovo ou usado é, muitas vezes, mais vantajoso.
A primeira vantagem é que é possível encontrar um veículo em bom estado por um preço bem mais em conta. Carros novos se desvalorizam rapidamente nos primeiros anos. Segundo especialistas, após ser retirado da concessionária, o zero-quilômetro perde cerca de 15% do valor, percentual que pode chegar a 22% em alguns modelos. Um carro de R$ 50 mil, por exemplo, tem depreciação de R$ 7,5 mil no primeiro ano após sair da loja. ;A maior parte da queda vem logo depois que o veículo é retirado da concessionária. A partir daí, ele vai se desvalorizando mais devagar. Por isso, adquirir um carro usado em boas condições é uma vantagem, pois o comprador se beneficia dessa diferença de preços sem abrir mão da qualidade;, diz Rafael Seabra, autor do livro Quero ficar rico.
A perda de valor dos carros novos aumentou nos últimos três anos. Em 2014, um dos veículos mais vendidos do Brasil saía da fábrica valendo 10% menos. Hoje, o índice é de 14%, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe).
Escolher, porém, nem sempre é fácil. É necessário que o comprador fique atento às condições do veículo e do mercado. É preciso pesquisar as melhores formas de pagamento, os descontos e os gastos necessários para manter o carro apto para uso. Um ponto importante a ser observado é que os financiamentos de carros usados têm, geralmente, taxas de juros maiores do que as cobradas numa operação que envolve um zero-quilômetro. Isso ocorre porque veículos novos oferecem maior segurança jurídica aos bancos caso o comprador não pague as prestações e seja necessário retomar o bem.