postado em 21/03/2017 06:00
Com o objetivo de traçar estratégias de convencimento sobre a importância da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, receberam ontem 18 ministros e as lideranças políticas do governo no Congresso para uma reunião no Palácio do Planalto. A ideia é estreitar a atuação entre ministros e parlamentares para a aprovação da matéria no Legislativo até o fim de junho.
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Após o encontro, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que a comunicação do governo deve ser dividida em duas partes para combater a ;divulgação de notícias falsas; sobre o tema. De um lado, é preciso ;colocar claramente que o Brasil pode se tornar uma Grécia, o que seria uma tragédia. Ninguém quer isso, e tem que ficar claro para todos os brasileiros;, disse.
A economia grega entrou um uma profunda recessão ao enfrentar crise fiscal de grande magnitude há alguns anos, viveu uma crise social e ainda tem dificuldade para equilibrar as contas. De outra parte, Mendonça Filho considera necessário ;levar esperança para o povo; de que a reforma garantirá benefícios no futuro.
;O presidente pediu para que haja uma atuação de todos os ministros, principalmente os que têm mandato, buscando esclarecimento no sentido de que a reforma é fundamental para o Brasil voltar a crescer e gerar empregos;, disse Mendonça Filho. Segundo o ministro da Educação, para que o Brasil não quebre, ;é necessária uma mobilização política e um convencimento da sociedade; da importância da reforma, ;com espaço, naturalmente, para alguma negociação no parlamento;, acrescentou. O presidente Michel Temer, no entanto, deixou claro na reunião que não há espaço para grandes modificações no texto, ressaltou o ministro.
Insatisfação
Apesar de dirigir a pasta da Educação, Mendonça Filho demonstrou não ter opinião formada sobre a manutenção da aposentadoria especial de professores, demandada por mais de uma emenda na comissão especial que analisa o tema. ;Vou aguardar essa discussão. Não tenho condição de responder isso neste instante;, admitiu.
Embora também tenha argumentado que ;o Brasil pode virar uma Grécia se nada for feito;, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara, afirmou que é necessário aproximar o discurso do governo da população. ;Muitas pessoas não sabem o que significa se tornar uma Grécia, porque nem estiveram lá. A preocupação da maioria é ter o salário em dia, por exemplo;, explicou.
A insatisfação com alguns pontos da reforma foi explicada por ele como parte ;da natureza humana, que ;não gosta de mudanças;. ;Há, sim, um consenso da população, como um todo, de que é preciso reformar;, defendeu o parlamentar, que concorda que as mudanças ;não podem desfigurar; a proposta. ;O presidente passou a mensagem para que todos tenham a noção exata do que representa a reforma da Previdência, que é um divisor de águas hoje no país;, disse Ribeiro.