Economia

Donos de títulos da Oi e bancos se unem para pressionar acionistas

Representantes do fundo americano Aurelius, um dos credores da Oi, estão no Brasil para discutir a situação da empresa

Agência Estado
postado em 05/04/2017 09:38
Representantes do fundo americano Aurelius, um dos credores da Oi, estão no Brasil para discutir a situação da empresa

Os principais credores da Oi, entre eles os "bondholders" (detentores de títulos de dívida) e os bancos públicos e privados, estão se alinhando para tentar negociar com os acionistas da operadora mudanças no plano de recuperação da companhia. A falta de consenso entre acionistas e credores poderá levar a uma intervenção do governo na operadora.

As conversas entre os principais credores estão acontecendo nas últimas semanas, conforme informou ontem o Estado. No entanto, os debates ganharam mais força nos últimos dias. A dívida total da Oi, que está em recuperação judicial, tem dívida declarada de R$ 65,4 bilhões. Deste total, R$ 32 bilhões estão nas mãos dos donos de títulos.

Planos alternativos de reestruturação para a companhia foram apresentados, mas os principais os principais acionistas - Société Mondiale (liderado pelo empresário Nelson Tanure) e Pharol (que reúne os sócios da Portugal Telecom) - resistem à entrada de dinheiro novo no negócio, pois isso pode representar uma diluição de sua participação na operadora.

[SAIBAMAIS]"Todos os credores estão conversando pelo menos uma vez por semana", disse uma pessoa familiarizada com o assunto. As conversas se intensificaram e agora incluem os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), além do BNDES, que também é acionista. Dentro do governo, a preocupação com a situação da Oi é grande.

Representantes do fundo americano Aurelius, um dos credores da Oi, estão no Brasil para discutir a situação da tele. Eles são representados pela G5 Evercore. O banco Moelis, que aglutina a maioria dos credores - com cerca de R$ 17 bilhões em débitos -, também está se movimentando. Procurados, G5 e Moelis não comentaram.

"Há um consenso entre os credores de que a situação é muito delicada e os credores não podem ficar administrando o problema de seus escritórios em Nova York", disse outra fonte.

Procura, a Oi afirmou que sua administração "está comprometida em garantir a sustentabilidade da companhia e os resultados positivos que têm sido obtidos demonstram a viabilidade da empresa e sua robustez". A tele disse que desempenha suas atividades normalmente.

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