Economia

Recuperação dos estados: Câmara derruba destaques que desfiguravam matéria

Ainda falta, contudo, apreciar as emendas, propostas de parlamentares que podem alterar as contrapartidas exigidas pelo governo federal para isentar estados de dívidas

Matheus Teixeira - Especial para o Correio
postado em 20/04/2017 06:00
A votação do projeto de recuperação fiscal dos estados deve ser concluída apenas na semana que vem. Os deputados rejeitaram, ontem, os destaques que desfiguravam a matéria, mas falta apreciar as emendas, propostas de parlamentares que ainda podem alterar as contrapartidas exigidas pelo governo federal para isentar Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais do pagamento da dívida com a União. Para ter acesso ao benefício, as três unidades da Federação terão de suspender reajustes a servidores, aumentar a contribuição previdenciária de funcionários públicos, privatizar empresas estatais, entre outras medidas.
Após tentar por mais de três semanas, a base aliada finalmente conseguiu, nesta semana, aprovar o texto base do projeto. Além das dificuldades para conquistar maioria devido à rigidez das exigências do governo federal, a base aliada não encerrou o debate sobre o tema ontem porque teve de concentrar forças na apreciação do regime de urgência da reforma Trabalhista. Outro ponto que tem pesado no debate é o fato de a proposta contemplar apenas três estados.

Os governadores José Ivo Sartori (RS) e Luiz Fernando Pezão (RJ) passaram os últimos dias em Brasília a fim de arregimentar apoio ao projeto. Ambos acreditam que, sem a ajuda da União, não conseguirão mais honrar os compromissos, o que já praticamente vem ocorrendo, com salários parcelados e atraso nos acordos com prestadores de serviços. Da Câmara, a proposta será encaminhada para o Senado Federal. Depois, os governadores terão mais um obstáculo: as assembleias estaduais.

O chefe do Executivo mineiro, Fernando Pimentel, não deve aderir ao regime de recuperação fiscal por discordar das contrapartidas. Ele alega, por exemplo, que privatizar a companhia energética estadual traria prejuízo, pois é uma empresa lucrativa. Os estados terão de respeitar inúmeras obrigações para deixarem de pagar ao Tesouro Nacional. Terão de reduzir em, no mínimo, 10% as isenções fiscais; não poderão conceder aumento a nenhuma categoria; estão proibidos de criar cargos, contratar pessoal, reajustar qualquer obrigação acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); contratar publicidade e propaganda, exceto para as áreas de saúde, segurança, educação no trânsito e outras de ;demonstrada utilidade pública; entre outras medidas de arrocho.

IGP-M cai 0,99% na segunda prévia


O Índice Geral de Preços ; Mercado (IGP-M) teve queda de 0,99% na segunda prévia de abril, ante avanço de 0,08% do mesmo período de março. É a menor taxa para uma segunda prévia desde o início da série histórica, iniciada em junho de 1989. Com o resultado, o índice acumula redução de 0,26% no ano, mais elevação de 3,48% em 12 meses. O indicador, que serve como referência nos contratos de aluguel, teve a queda puxada pela redução nos preços agropecuários e industriais no atacado, com destaque para o milho, soja em grão e farelo e minério de ferro.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação