A balança comercial brasileira registrou o melhor resultado para o mês de abril. Com superavit de US$ 6,969 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o saldo positivo é resultado de exportações de US$ 17,686 bilhões e importações de US$ 10,717 bilhões no mês.
Esse foi o melhor resultado para o mês na série histórica, iniciada em 1989. O superavit comercial de abril ficou dentro do intervalo de projeções (de US$ 4,8 bilhões a US$ 7,65 bilhões) e ligeiramente abaixo da mediana das previsões (US$ 7,0 bilhões). No mesmo mês do ano passado, recorde anterior, o superavit no comércio exterior havia sido de US$ 4,862 bilhões.
Pela média diária de exportações, houve crescimento de 27,8% nas exportações em abril na comparação com o mesmo mês em 2016, principalmente pelo desempenho dos bens básicos (alta de 29,2%). As vendas de produtos semimanufaturados subiram 27,5% e as de manufaturados aumentaram em 25,7%.
Já as importações subiram 13,3% ante abril do ano passado, com alta nos gastos com combustíveis e lubrificantes (28,5%), bens intermediários (16,5%) e bens de consumo (6,3%). Já as compras de bens de capital recuaram 5,9%.
No acumulado do ano até abril, a balança comercial registra superavit de US$ 21,387 bilhões, resultado de exportações de US$ 68,149 bilhões e importações de US$ 46,726 bilhões. O saldo no primeiro quadrimestre também é o melhor para o período na série histórica. Entre janeiro e abril de 2016, o saldo acumulado foi de US$ 13,250 bilhões.
O secretário de comércio exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto, detalhou que o volume exportado de carnes ; de qualquer animal ;, em abril deste ano, caiu 13,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas os preços desses produtos aumentaram 15,7% na mesma comparação.
Com isso, as vendas de carne tiveram uma média diária de US$ 59,67 milhões em abril deste ano, ante US$ 59,55 milhões de abril do ano passado. ;As exportações de carnes em abril tiveram queda no volume, mas aumento de preço. O resultado foi um aumento de 0,2% no valor exportado ante o mesmo mês de 2016;, completou.
Queda no volume
Segundo ele, os efeitos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março, sobre a venda dos produtos ao exterior devem se dissipar no período à frente. ;O governo atuou rapidamente para retomar acesso aos mercados consumidores de carne, e as exportações devem voltar à normalidade nos próximos meses;, concluiu.O consultor e ex-secretário de comércio exterior do Mdic, Welber Barral, da BarralMJorge, é cauteloso em relação ao desempenho da balança comercial nos próximos meses, se o real permanecer no patamar atual frente ao dólar. ;Esse saldo não vai se sustentar se o câmbio continuar desfavorável para as exportações. O setor agrícola tem ajudado devido à safra recorde de grãos, mas o período de entressafra está chegando. Nos próximos meses, a tendência é que o superavit diminua porque a exportação de manufaturados deverá cair porque a indústria não vai conseguir competir no mercado externo;, avisou.