Economia

JAC Motors do Brasil fecha devido à retração do mercado nacional

Em Brasília, há uma revenda da JAC

Rosana Hessel
postado em 06/05/2017 08:00
A JAC Motors do Brasil Automóveis não existe mais. O sócio nacional da joint-venture criada em 2014 para a construção de uma fábrica da marca na Bahia, o Grupo SHC, mudou os planos após a saída da chinesa JAC Motors. A companhia chinesa tinha anunciado R$ 1 bilhão de investimentos em Camaçari (BA) na planta com capacidade para produzir 100 mil veículos por ano. Agora, o Grupo SHC pretende desembolsar um quinto desse valor, R$ 200 milhões, não para fabricar, mas para somente montar veículos importados da China. Segundo ele, o projeto está em análise pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

;Em função da retração do mercado desde 2014, a empresa chinesa optou por deixar de construir essa fábrica. Reduzimos o projeto e os investimentos ;, explicou Eduardo Pincigher, diretor de assuntos corporativos da JAC Motors, no Brasil. Ele disse que as revendas da marca continuam em funcionamento, atendendo os consumidores dos 80 mil veículos comercializados nos oito anos de operação no país. Em Brasília, há uma revenda da JAC.

A JAC é mais uma das montadoras asiáticas que anunciaram investimentos devido ao programa Inovar-Auto e que desiste de investir em solo nacional. A saída dos chineses fez com que o Grupo SHC, que importa e revende veículos da marca desde 2011, cancelasse o CNPJ da JAC Motors do Brasil na Receita Federal. O Fisco não comentou sobre os incentivos recebidos pela JAC por conta do programa e disse apenas que ;essa informação é protegida por sigilo fiscal;.

Esclarecimento


Procurado, o Mdic informou que a JAC Motor do Brasil foi habilitada no Inovar-Auto em janeiro de 2013, com um projeto da fábrica na Bahia. Isso permitia à companhia importar com redução tarifária uma quota de veículos proporcional à capacidade prevista para a referida fábrica. ;Porém, com a paralisação de tal construção, a empresa sofreu o cancelamento de sua habilitação em maio de 2016. Posteriormente, a companhia apresentou novo projeto de investimento, de menor porte, que se encontra em análise pelo Mdic;, disse o órgão.

Segundo a pasta, ;haverá sanções; e ;cobrança retroativa dos impostos relativos a todos os veículos importados com a referida redução tarifária permitida pelo regime, acrescida de correção monetária e multa;. De acordo com o ministério, uma outra empresa do grupo, a SNS Automóveis, permanece importando veículos da marca dentro do Inovar-Auto. ;Até o momento, não encontramos qualquer óbice para que a renovação dessa empresa no regime ocorra ainda este mês e a importação de veículos da marca permaneça;, esclareceu o Mdic.

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