Economia

Com exterior e cenário local favorável, dólar tem grande queda semanal

O movimento dos últimos dias ficou praticamente atrelado ao exterior porque existe a percepção de que o cenário local está mais tranquilo e sem notícias negativas no momento

Agência Estado
postado em 12/05/2017 18:22
Após quatro pregões consecutivos de baixa, o dólar encerrou o dia com a maior queda semanal ante o real em quase cinco meses, pressionado principalmente pelo exterior e maior tranquilidade no âmbito doméstico. Indicadores econômicos abaixo do esperado nos EUA levaram a divisa americana a operar em queda nesta sexta-feira (12/5), movimento que se replicou mundo afora.

O dólar à vista no balcão terminou o pregão em baixa de 0,67%, a R$ 3,1214 - o menor nível desde 18 de abril - após atingir máxima do dia a R$ 3,1501 (%2b0,14%) e mínima a R$ 3,1169 (-0,90%) O giro registrado na clearing de câmbio da B3 foi de US$ 856 milhões. Na semana, o dólar à vista caiu 1,59%, a maior queda desde a semana iniciada em 18 de dezembro (-3,51%). No mercado futuro, o dólar para junho perdia 0,52% por volta das 17h15, a R$ 3,1400. O volume de negócios somava US$ 14,6 bilhões.

O núcleo da inflação ao consumidor nos EUA acelerou 0,1% em abril ante março, levemente abaixo da estimativa de 0,2%. Além disso, as vendas no varejo no país cresceram 0,4% na mesma base de comparação, enquanto a projeção era de 0,5%.

Embora os números tenham vindo quase em linha, os resultados foram suficientes para arrefecer a estimativa de que poderiam ocorrer mais três altas de juros nos EUA pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) neste ano, cuja especulação tinha aumentado depois dos dados de emprego na semana passada.

Com os indicadores de hoje, as apostas se voltaram para mais dois aumentos, o que levou o dólar a se enfraquecer. O movimento dos últimos dias ficou praticamente atrelado ao exterior porque existe a percepção de que o cenário local está mais tranquilo e sem notícias negativas no momento. "Por mais que não tenhamos a data da votação da reforma da Previdência, o mercado avalia que está chegando bem próximo de uma definição", acrescenta Roberto Serra, sócio e gestor da Absolute.

Ainda internamente, o mercado viu com bons olhos o discurso otimista do presidente Michel Temer sobre a economia, reafirmando sua confiança de que será possível aprovar a reforma da Previdência. "Não tenho dúvida que conseguiremos aprovar a reforma e nenhum brasileiro ficará sem aposentadoria", disse em evento para marca um ano do seu governo.

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