Marlla Sabino*
postado em 14/05/2017 06:00
Quando a sexta-feira chega ,começa a contagem regressiva para o happy hour ou para para o fim de semana, afinal, todo mundo merece um tempo para relaxar e se divertir com a família e os amigos. A vontade de sair é grande, mas o orçamento nem sempre permite. O fato de o dinheiro estar curto, entretanto, não significa que a única opção é ficar olhando para o teto, sem fazer nada. É possível encontrar alternativas aos programas de costume e compartilhar momentos agradáveis com os amigos e parentes sem chegar ao fim do mês com o bolso vazio.
Marcos Melo, professor de finanças do Ibmec, explica que é natural o corte de gastos em um cenário de renda menor. E, segundo ele, economizar com lazer é, quase sempre, a primeira opção para quem quer equilibrar o orçamento. ;É um comportamento interessante, que acaba abrindo a possibilidade de se pensar em outros tipos de diversão. As pessoas começam a descobrir alternativas mais barata de lazer;, afirma.
O funcionário público Bruno Araújo, 29 anos, se assustou quando contabilizou o quanto gastava em uma saída para o bar com os amigos. Por noite, o passeio não saia por menos de R$ 100. ;Se somarmos as comandas de todos da mesa, a conta chegava a mais de R$ 600. Se nos reunirmos na casa de alguém, conseguimos convidar mais pessoas, ter mais conforto, mais consumo e gastamos menos;, explica. Além das despesas no local, Bruno afirma que o custo do deslocamento é um ponto que pesa na hora de decidir. ;É sempre uma preocupação. Se saímos, temos que pensar no táxi ou selecionar o amigo da vez;, menciona.
A regra não é deixar de sair para restaurantes, bares ou qualquer outra opção de entretenimento, mas, parar de associar diversão a gastar muito. Com criatividade e equilíbrio, dá para encaixar os gastos no orçamento. ;A pessoa precisa dividir a renda entre as despesas, e isso inclui uma parte para lazer;, destaca Melo. ;No começo do mês, determine quanto poderá gastar com saídas e passeios e vá controlando isso durante o período. Se você vir que está avançando mais do que devia, procure uma opção mais barata para cumprir o planejamento;, complementa.
Para não extrapolar o orçamento, a bancária Paula Lima, 24, quase sempre reúne os amigos na própria casa ou na de alguém. Assim, consegue ter finais de semana animados. ;Vamos ao mercado juntos, ou alguém compra e dividimos a conta;, explica. Para ela, a opção é, sem dúvidas, mais econômica. ;Fui a um bar na semana passada e gastei três vezes o que gasto em um sábado que a gente se reúne em casa;, reclama. Paula, no entanto, não abre mão de, nos meses em que está com folga no orçamento ; ou porque juntou dinheiro ou recebeu algum extra, como férias ;, para conhecer um restaurante com cardápio mais caro.
Controle
A bancária foge do endividamento e mantém sob controle as contas, substituindo programas caros por outros mais baratos. Como ir ao cinema acaba pesando no bolso, prefere ver filmes em casa. ;Amo ir ao cinema, mas pago inteira e, dependendo do local, só o ingresso custa quase R$ 30;, lamenta.
Se o orçamento está limitado, seja criativo. Existem muitas formas de lazer barato. ;Não enxergue as restrições como algo triste. Temos o costume de associar diversão a dinheiro;, aponta Melo. Ter controle sobre os gastos deve ser um comportamento rotineiro e não apenas em momentos de dificuldades financeiras, acrescenta Severo. ;A pessoa acaba se conscientizando de como usa o próprio dinheiro e começa a perceber que não precisa gastar tanto para se divertir;, argumenta.
A crise apertou o bolso de todos, então, propor programas mais baratos não é um constrangimento. No entanto, não esqueça que ficar em casa também tem custos. Dividir os gastos é essencial para que a celebração não pese no orçamento de ninguém.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira.