Economia

ADRs brasileiros despencam no pré-mercado em NY, após estouro do caso Temer

A Bolsa de Valores de São Paulo (BM) também deve abrir em queda hoje

Agência Estado
postado em 18/05/2017 09:38
Os American Depositary Receipts (ADRs) de empresas brasileiras operam em forte baixa nos negócios do pré-mercado em Nova York, na esteira da notícia divulgada na noite desta quarta-feira, 17, de que o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, gravou o presidente Michel Temer pedindo a compra do silêncio do deputado Eduardo Cunha. Por volta das 6h20 (horário de Brasília) desta quinta-feira, dia 18, um dos ADRs da Petrobras despencava 14,6% no pré-mercado, enquanto o do Itaú caía 12,4% e o da Vale recuava 8,9%.

Bolsa de Valores

A Bolsa de Valores de São Paulo (BM) deve abrir em queda hoje. E bem forte, segundo operadores do mercado. Eles estão preparados para o pior, depois do vazamento da delação dos donos do frigorífico JBS, Joesley Batista e Wesley Batista, com gravação comprometendo o presidente Michel Temer. Muitos, inclusive, acreditam que vai haver circuit breaker, mecanismo que suspende o pregão quando há uma queda de 10%.

Os mercados futuros já apontavam queda ontem à noite, antecipando o que virá nesta quinta-feira. O Ibovespa caía quase 10% e o dólar futuro era negociado a R$ 3,32. ;O movimento de venda de ações de investidores será inevitável. A bolsa vai ter seu pregão interrompido e o dólar vai disparar;, avisou o economista-chefe da Lopes Filho & Associados, Julio Hegedus. ;É uma situação muito triste para o país. Qualquer expectativa de retomada do investimento neste ano cai por terra. Se o Congresso tiver que convocar eleições indiretas (como prevê a Constituição), vai parar para isso, e não haverá mais chances de avanço das reformas, principalmente, a da Previdência;, completou.

Para o economista-chefe da A2A INVX, Eduardo Velho, o aprofundamento do desgaste político de Temer é o pior dos cenários para o governo, uma vez que a reforma da Previdência já contaminou a base aliada. Uma eventual saída do presidente colocaria tudo a perder, com mais um ano de recessão. ;É algo que não pode ser descartado. Com certeza, aumentaria as chances de termos mais um ano de retração econômica;, disse.

Saiba mais em:
Após vazamento da delação dos donos da JBS, bolsa deve abrir em queda

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação