Agência Estado
postado em 25/05/2017 08:51
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 0,5 ponto na passagem de abril para maio, saindo de 89,1 pontos para 88,6 pontos, informou nesta quinta-feira (25/5), a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ocorre após cinco altas consecutivas, período em que o indicador acumulou um avanço de 11,1 pontos.
"Mesmo após ter avançado expressivamente nos meses anteriores, a acomodação da confiança do Comércio em maio ocorre em um patamar ainda baixo em termos históricos", avaliou Aloisio Campelo, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Houve queda na confiança em maio em seis dos 13 segmentos pesquisados. O recuo no Icom foi determinado pela piora no Índice de Expectativas (IE-COM), que caiu 1,0 ponto no mês, para 94,8 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA-COM) ficou estável em 82,9 pontos.
"Nota-se recentemente uma melhora de humor nos segmentos relacionados às vendas a prazo, um possível reflexo da tendência de queda dos juros e liberação de recursos do FGTS. A coleta de dados para a pesquisa de maio já estava quase terminando quando foi deflagrada uma crise política, no dia 17, com potencial para aumentar o grau de incerteza econômica e afetar o ritmo (já lento) de recuperação do setor", completou Campelo.
A maior contribuição para a queda do IE-COM no mês foi do quesito que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses seguintes, que recuou 1,1 ponto em relação ao mês anterior, para 94,3 pontos.
Apesar da estabilidade do ISA-COM em maio, o Indicador de Desconforto sinalizou melhora do ambiente de negócios no ano. O quesito é construído com dados da Sondagem do Comércio que agregam as proporções de empresas que apontam três fatores limitativos à melhoria dos negócios diretamente relacionados ao mau humor empresarial: demanda insuficiente, custo financeiro e acesso a crédito bancário.
Após dois meses de estabilidade, o Indicador de Desconforto caiu em maio, mostrando que, ao menos até a nova crise política, o ambiente de negócios no comércio começava a dar sinais de melhora em 2017. A coleta de dados para a edição de maio da sondagem foi realizada entre os dias 2 e 23 do mês e obteve informações de 1.118 empresas.