Economia

CNBB e Conselho de Economia se posicionam contra reforma da Previdência

Segundo as entidades, a PEC da Previdência agrava as desigualdades sociais e não é positiva para a saúde financeira do país

postado em 25/05/2017 15:10
Representantes da CNBB, do Conselho Federal de Economia e do Conselho Federal de Serviço Social em audiência pública no Senado, sobre a reforma da Previdência.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Federal de Economia e o Conselho Federal de Serviço Social manifestaram-se contra a reforma da Previdência, durante audiência pública no Senado, nesta quinta-feira (25/5).


Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Previdência Social, Luiz Alberto dos Santos, a crise previdenciária acontece porque os governos se apropriam de recursos destinados à Previdência para outros fins, provocando défcit no orçamento.

Julio Flávio Miragaya, presidente do Conselho Federal de Economia, endossa a afirmação de Alberto dos Santos, utilizando a Desvinculação de Receitas da União (DRU) como exemplo de apropriação dos recursos da Previdência, e afirma que as novas regras propostas na PEC inviabilisarão as aposentadorias da maior parte dos trabalhadores. Segundo ele, se os novos parâmetros estivessem em vigor hoje, 76% dos beneficiários da aposentadoria não estariam aposentados.

[SAIBAMAIS]Miragaya afirmou ainda que a reforma impactará milhares de municípios no Brasil, cerca de 70%, principalmente os menores, pois as receitas previdenciárias são importante fonte de renda nesses lugares e com as mudanças os rendimentos municipais irão cair drasticamente.

Para Dom Leonardo Ulcrich Steiner, secretário-geral da CNBB, maior entidade católica do Brasil, a Previdência deve proteger os vulneráveis, e não o mercado.

"Temos lido em jornais que o governo quer aprovar reforma da Previdência para sinalizar para o mercado. Isso não tem ética. Não é o mercado que pode dizer o que pode ou não pode ser feito. Não podemos onerar os pobres", afirmou o bispo.

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