Economia

Presidente da Petrobras diz que não muda foco com crise política

Pedro Parente se mostrou, contudo, preocupado com a dívida da estatal, estimada em R$ 400 bilhões

Rosana Hessel
postado em 31/05/2017 19:35
São Paulo - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, minimizou a crise política e reforçou o foco do plano de negócios da estatal, e, por conta disso não vai mudar os planos de desinvestimento no momento. ;A empresa tem um planejamento estratégico aprovado pelo seu Conselho que esta dando certo e trazendo projetos muito positivos. Tem questões relevantes a resolver. Não temos o direito de parar o que estamos fazendo por conta de fatores externos à companhia;, destacou ele, nesta quarta-feira (31/05).
;Temos que manter o foco e manter realmente todo o compromisso e toda a energia na execução do com disciplina do nosso plano para chegarmos aos nossos resultados;, emendou ele, após participar do Brazil Investment Forum (BIF), em São Paulo, onde disse que ;aproveitou para vender o peixe; para investidores ao avisar que um dos objetivos desse plano é fazer com que a empresa deixe de ter 100% do monopólio do refino de gasolina no país. Ele lembrou que esse projeto é do ano passado, mas até o momento não houve interessados porque ;havia dúvidas sobre a liberdade de praticar preços;.
;No planejamento estratégico, queremos aproveitar o sucesso nas parcerias que tivemos em exploração e produção para outras áreas da empresa, inclusive, refino;, disse.
Parente demonstrou preocupação com o alto endividamento da Petrobras, que segundo ele, é de R$ 400 bilhões. ;A divida bruta é maior que a de todos os estados brasileiros juntos, menos São Paulo. E se somar SP, chega a 70% da divida de todos os estudos;, disse ele, justificando as recentes medidas de redução de custo em todas as áreas da empresa, inclusive, o programa de demissões voluntárias, apesar do recente aumento na receita de royalties, em cerca de R$ 2 bilhões.
"Isso não tem nada a ver com os royalties. O fato é que eles aumentaram por outras razões, entre outras, porque estamos aumentando a produção do pré-sal que permite pagar royalties maiores;, disse ele, reforçando que o programa estratégico da companhia tem dois pontos principais. O primeiro deles é a segurança e o segundo, a redução do endividamento. ;Não vamos atingir metas financeiras sem reduzir a segurança. Precisamos também reduzir o endividamento. Nenhuma empresa de óleo gás poderia sobreviver com um endividamento tão elevado. Portanto, a meta também é chegar a níveis de endividamento saudáveis para garantir sustentabilidade da empresa. O foco é na sustentabilidade e na longa vida da Petrobras. A ordem da empresa é manter o foco;, completou.

Conteúdo local

Parente também elogiou a recente mudança nas regras de conteúdo local. ;É uma política mais simples. Simplificou muito. Não tem mais aquela lista complicada dês subitens. Vemos bastante positivamente a nova política, reconhecendo que foi o que o governo poderia fazer na composição dos interesses e que naturalmente são conflitantes quando há discussão de assuntos dessa natureza;, afirmou. ;Foi um grande avanço e repito vai ajudar o país muito o pais nessas novas licitações;, emendou.

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