Antonio Temóteo
postado em 01/06/2017 10:35
O Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 1% no primeiro trimestre de 2017, em relação ao quarto trimestre de 2016. O resultado positivo representa a primeira alta após oito trimestres consecutivos de retração, embora, o resultado, quando comparado com os três primeiros meses de 2016, seja 0,4% menor. Mesmo assim, ao comentar o resultado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o país vive nesta quita-feira (1;/6), "um dia histórico". "Depois de dois anos, o Brasil saiu da pior recessão do século", afirmou o ministro, por meio de nota.
A agropecuária foi o setor que mais contribuiu para a melhora da economia, com alta de 13,4%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a recomposição de estoques favoreceu a indústria, que teve alta de 0,9%. O setor de serviços, por sua vez, teve o mesmo desempenho do trimestre anterior e não registrou crescimento. Pelo lado da demanda, as exportações deram a maior contribuição para a elevação da geração de riquezas no país, com expansão de 4,8%.
As importações também surpreenderam positivamente e cresceram 1,8% no mesmo período analisado. Porém, o nível de investimentos, calculado pela formação bruta de capital fixo se manteve em baixa e caiu 1,6%. Além disso, as despesas do governo encolheram 0,6%, e o consumo das famílias diminuiu 0,1% em relação ao quarto trimestre de 2016.
[VIDEO1]
Agronegócio puxa o crescimento
Foi a forte expansão da agricultura brasileira, no entanto, que garantiu a alta do PIB. A produção de soja, a maior cultura do país, cresceu 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento de produtividade dependeu da expansão de apenas 2% da área plantada.
No caso do milho, a quantidade produzida cresceu 46,8% no mesmo período analisado, com alta de 9,2% do espaço para plantio. O total de fumo colhido das lavouras em todo o país teve expansão de 28,4% e a colheita de arroz cresceu 13,5%, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Indústria ainda patina
Os dados positivos não significam que a situação econômica não tenha ainda muitos desafios. A indústria brasileira continua a patinar, mesmo com alta de 0,9% no primeiro trimestre. A construção civil amargou retração de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de postos de trabalho nos canteiros de obra encolheu 9,5%, e as operações de crédito para o setor tiveram um decréscimo de 3,3%.
A indústria de transformação também amargou resultado negativo e registrou queda 1%. Por outro lado, a produção e distribuição de eletricidade, gás e água teve alta de 4,4% e a indústria extrativa mineral registrou crescimento de 9,7%. Esse resultado foi impulsionado pelo aumento na produção de petróleo, gás natural e de minérios ferrosos.
No caso da indústria de transformação, a produção de veículos e de equipamento de informática, produtos eletrônicos e ópticos tiveram crescimento e impediram uma queda maior do setor. Por outro lado, derivados do petróleo, biocombustíveis, móveis, embarcações, aeronaves e veículos ferroviários tiveram queda na fabricação.
"Direção correta"
Para o ministro da Fazenda, os dados indicam a recuperação da economia, mas ainda há muito a ser feito. "Neste período, milhões de brasileiros perderam seus empregos, milhares de empresas quebraram e o Estado caminhou para a insolvência. O Brasil perdeu a confiança dos investidores e a confiança em si mesmo", lembrou Meirelles. "Ainda há um caminho a ser percorrido para alcançarmos a plena recuperação econômica, mas estamos na direção correta", completou o ministro.
O presidente Michel Temer também comeorou, por meio do Twitter: Acabou a recessão! Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda", escreveu na rede social.