Agência Estado
postado em 01/06/2017 19:21
O mercado de câmbio voltou a pressionar as cotações do dólar para cima nesta quinta-feira (1;/6) em meio a influências internas e externas. Depois de uma abertura em baixa, dando continuidade ao movimento vendedor da véspera, o dólar se fortaleceu gradativamente ao longo da sessão de negócios, refletindo um ajuste após dois dias consecutivos de queda. A percepção de risco político interno e a valorização da moeda norte-americana no exterior foi dois dos principais fatores de pressão.
O dólar à vista no balcão terminou o dia em alta de 0,40%, a R$ 3,2457, após oscilar entre a mínima de R$ 3,2153 (-0,54%) e a máxima de R$ 3,2545 (%2b0,67%). Apesar da pressão de compra, concentrada principalmente no período da tarde, o volume de negócios foi reduzido.
"A queda do dólar ontem e no início do dia de hoje surpreendeu, uma vez que a cotação perdeu o patamar dos R$ 3,22, que vem se mostrando um bom suporte desde a mais recente crise política. Hoje o mercado corrigiu essa baixa exagerada, voltando a colocar fundamentos nas cotações", disse Cleber Alessie Machado Neto, operador da Hcommcor corretora.
"As oscilações devem ficar nesse intervalo enquanto o mercado aguarda as importantes definições da semana que vem: o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE e a votação da reforma trabalhista na CAE do Senado", afirmou.
Para Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos, o ajuste do dólar hoje refletiu em parte a precificação do risco político, favorecida pela elevação do risco país à tarde. Também citou o fortalecimento do dólar no exterior, principalmente ante moedas fortes.
O dólar ganhou fôlego no mercado internacional ainda pela manhã, com os sinais de aquecimento econômico nos Estados Unidos. O relatório de empregos da empresa ADP apontou criação de 253 mil postos em maio, ante previsão de 180 mil dos analistas.
Com isso, crescem as expectativas para a divulgação do relatório oficial do mercado de trabalho, o "payroll", que será conhecido amanhã. Com os dados de hoje, cresceram as apostas de elevação dos juros na reunião de política monetária do Federal Reserve.