postado em 09/06/2017 16:57
O Dia dos Namorados deve movimentar no comércio brasileiro cerca de R$ 1,65 bilhão, já descontada a inflação. A cifra representa uma alta de 2,5% em volume de vendas em relação a igual período do ano passado. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O economista da CNC, Fabio Bentes, disse hoje (9/6) à Agência Brasil que, se for confirmada essa expectativa de alta no Dia dos Namorados, ;a gente vai interromper uma sequência de dois anos de queda nas vendas na data comemorativa;. No ano passado, as vendas para o Dia dos Namorados caíram 4,9% e, em 2015, recuaram 1,1%.
[SAIBAMAIS]Bentes avaliou que, embora o aumento projetado de 2,5% este ano seja um dado positivo, ;ele sequer repõe a perda do ano passado;. Mesmo assim, entende que, se confirmado, o resultado deve ser comemorado, porque significa que o varejo está tentando se levantar da crise e isso começa a ocorrer com taxas modestas.
Segundo Fabio Bentes, o sinal que as datas comemorativas estão dando para o varejo este ano ; incluídas a Páscoa e o Dia das Mães ; é de uma leve alta, devido à redução de preços em função da inflação baixa e, também, por conta de uma melhoria nas condições de crédito. ;Os juros ao consumidor têm caído e isso tem propiciado um certo desafogo das prestações;.
O economista da CNC disse que a prestação média de compra a prazo hoje está 5% menor do que há um ano. ;E se a gente jogar a inflação em cima, esse recuo da prestação média acaba passando dos 9%;. Argumentou que grande parte do consumidor brasileiro não sabe bem o que é a taxa básica de juros Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas ;sabe direitinho; o que é o tamanho de uma prestação. ;A prestação hoje está cabendo mais no bolso do que cabia um ano atrás;.
As projeções da CNC para a data comemorativa dos namorados foram feitas com base em dados oficiais da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de âmbito nacional.
Inflação
Bentes salientou ainda que a cesta de 25 produtos e serviços mais demandados nessa época do ano pelos namorados teve inflação nos últimos 12 meses de 4,8%. ;É a menor inflação para esse grupo específico de produtos em dez anos. Desde 2007, a gente não tem uma inflação tão baixa para esse grupo específico de produtos;. Esse fator explica também a previsão de aumento do volume de vendas na data comemorativa, acrescentou.
Considerado carro-chefe das vendas associadas ao Dia dos Namorados, o segmento de vestuário e acessórios deverá movimentar R$ 564 milhões, alta de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O segmento representa 37% das vendas totais do varejo nessa data.
Joias
No segmento de joias e bijuterias, a perspectiva é que o Dia dos Namorados impulsione as vendas em cerca de 10%, em comparação ao ano passado, desbancando, inclusive, os segmentos de chocolates e cosméticos. Essa é a expectativa da Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Rio de Janeiro (Ajorio).
A diretora executiva da entidade, Ângela Andrade, aposta que as vendas deverão ;disparar; neste final de semana. Lembrou que o Dia dos Namorados é a terceira data mais importante do ano para o setor, perdendo apenas para o Dia das Mães e o Natal. ;Sempre há um movimento de turistas no Rio de Janeiro que deve impulsionar as vendas no fim de semana, principalmente nas lojas dos aeroportos e pontos turísticos;, externou.
No setor de moda, a expectativa é de que os investimentos no comércio eletrônico e as promoções ajudem a aumentar as vendas das pequenas empresas. ;Esperamos que também influencie positivamente nas vendas para o Dia dos Namorados;, disse a coordenadora de moda do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), Fabiana Melo.