Economia

Dólar sobe 0,33% com cautela do investidor com cenário político

Os agentes de câmbio seguem muito incomodados com a crise envolvendo o presidente Michel Temer

Agência Estado
postado em 16/06/2017 18:20

O dólar desacelerou a alta frente o real durante a tarde, em meio ao giro baixo e a ampliação da queda da moeda no exterior. Ainda assim, o viés de alta prevaleceu no dia, refletindo cautela dos investidores em relação ao risco político local e antes da importante agenda da semana que vem.

No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,33%, aos R$ 3,2917. O giro financeiro registrado somou cerca de US$ 615,2 milhões. No dia, a mínima foi de R$ 3,2804 (-0,02%) e a máxima, aos R$ 3,2969 (%2b0,48%). Com esse resultado, a divisa encerrou a semana praticamente estável, em baixa de 0,02%.

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Apesar do dólar ter fechado a semana abaixo dos R$ 3,30, os agentes de câmbio seguem muito incomodados com a crise envolvendo o presidente Michel Temer, que viaja na semana que vem ao exterior, enquanto os mercados continuarão sob incertezas em relação à governabilidade e as reformas no País, disse um gerente de gestora de recursos que não quer ser identificado.

Sustentaram o desconforto hoje, segundo profissionais do mercado, o depoimento do doleiro Lúcio Funaro à Polícia Federal na quarta-feira admitindo que operou caixa 2 para o PMDB e que o presidente da República conhecia em detalhes o financiamento do PMDB, além de declarações do governador Geraldo Alckmin de que as portas continuam abertas para o desembarque do PSDB da base de apoio do governo. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também sugeriu que Temer antecipe o pleito presidencial como gesto de grandeza.

Na Câmara, as atenções se voltarão para o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deverá conversar com parlamentares para avaliar a possibilidade de suspensão do recesso parlamentar de julho para analisar rapidamente uma eventual denúncia contra o presidente Michel Temer na Casa. A denúncia ainda não foi apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas os aliados de Temer já se movimentam para conseguir votos para salvar o presidente.

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