Agência Estado
postado em 30/06/2017 10:53
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta sexta-feira (30/6), que os desenvolvimentos das últimas semanas aumentaram a incerteza dos agentes econômicos sobre o andamento das reformas necessárias para tornar a economia brasileira forte "Encaramos o momento atual com serenidade."
Nos momentos mais desafiadores, Ilan ressaltou que é bom lembrar alguns fatores positivos da economia brasileira. Um destes pontos é o balanço de pagamentos, que está em situação mais favorável que no passado.
O dirigente também citou o volume importante das reservas internacionais brasileiras, de US$ 378 bilhões, que funcionam como um seguro, e ressaltou que o câmbio flexível é a primeira linha de defesa.
O fato de o câmbio ser flutuante, ressaltou, não impede o "BC de usar os instrumentos à sua disposição para garantir o bom funcionamento e suavizar choques no mercado de câmbio". Ao falar deste ponto, Ilan disse que o estoque de swaps cambiais foi reduzido de US$ 108 bilhões no início de 2016 para cerca de US$ 28 bilhões atualmente, trazendo mais espaço para atuações do BC. "Não haverá descontinuidade nos mercados", ressaltou.
Ao mencionar a inflação, Ilan ressaltou que os índices estavam acima da meta no passado recente. "Neste momento, qualquer mudança, qualquer choque fazia com que você estivesse no limite para entregar a meta. Não é o caso hoje", disse ele, ressaltando a queda forte dos índices de preços.
Cenário internacional
Sobre o cenário internacional, Ilan ressaltou que o ambiente continua sendo favorável para o Brasil. Os recursos continuam migrando para mercados emergentes e as incertezas sobre eleições em países importantes se reduziram. A China, disse ele, tem estabilizado seu crescimento na faixa dos 6,5% a 7%. "No entanto, sempre tem riscos e não podemos assumir que o cenário vai ficar favorável para sempre", disse ele.
Um destes riscos é a normalização da política monetária dos países avançadas, como os Estados Unidos. Sobre a economia norte-americana, o presidente do BC ressaltou que o crescimento deve ser moderada. "Para nós, o crescimento mundial é bom", disse ele. Outro risco é o econômico, sobre como deve mudar a política dos EUA com o governo de Donald Trump.
Ilan participou nesta sexta-feira (30/6), do prêmio Estadão Finanças Mais e Broadcast Analistas e Projeções, na capital paulista.