Rosana Hessel
postado em 11/07/2017 12:15
Em meio à votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), da denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta semana, contra o presidente Michel Temer, o peemedebista busca centrar o foco em uma agenda positiva. Um dia após a leitura do relatório do deputado federal Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), favorável à continuidade do processo de investigação de Temer pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o peemedebista participou da cerimônia de lançamento das linhas de crédito do Plano Safra 2017/2018 do Banco do Brasil.
A ida de Temer ao evento surpreendeu os organizadores do evento que contou com a presença dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Blairo Maggi (Agricultura) no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. O BB anunciou nesta terça-feira (11/07) a liberaão de R$ 103 bilhões em linhas de crédito para o financimento da safra 2017/2018, entre recursos da carteira própria e os subsídios já divulgados pelo Planalto para o setor. Esse valor é praticamente o mesmo anunciado no ano passado.
Segundo o presidente do BB, Paulo Caffarelli, em 2016 foram liberados R$ 72 bilhões para agricultores. "Nosso objetivo é dar saltos de produtividade ainda maiores do que nas últimas três décadas", disse o executivo. Desse total, R$ 11,5 bilhões serão destinados a empresas da cadeia do agronegócio e R$ 91,5 bilhões em crédito rural aos produtores e cooperativas.
As reuniões de Temer com parlamentares estão cada vez mais constante nos últimos dias. A aprovação do projeto de lei que libera R$ 8,6 bilhões de precatórios não sacados há mais de dois anos, deve dar um fôlego para as negociações para barrar a denúncia no plenário da Câmara dos Deputados, onde são necessários 342 votos para que a denúncia da PGR contra Temer seja encaminhada ao STF. Entre maio e junho, de acordo com levantamento feito pela ONG Contas Abertas, foram liberados R$ 1 bilhão em emendas individuais e a expectativa é que outros R$ 3,2 bilhões estão programados.
Fontes palacianas não descartam que os ministros que possuem mandatos na Câmara dos Deputados sejam exonerados temporariamente para votarem a denúncia da PGR contra Temer no Plenário, como já ocorreu em outras votações, como a da emenda do teto dos gastos e da reforma trabalhista no plenário da Câmara.
Safra
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, comemorou os resultados agrícolas e se mostrou otimista sobre a quebra de recordes. Hoje a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a previsão de que produção de grãos para a safra 2016/17 pode chegar a 237,2 milhões de toneladas, com aumento de 27,1% ou 50,6 milhões de toneladas frente a safra passada (186,6 milhões de toneladas). Os números são da 10; estimativa da atual safra.
"Cada vez mais os números crescem", disse o ministro. Seguindo estimativas, ele acredita que a safra poderá chegar a 240 milhões de toneladas. "Esse é o tamanho da safra que o Brasil terá. São 113 milhões de toneladas de soja, 97 milhões de toneladas de milho e muito provavelmente a gente consiga chegar a 100 milhões de toneladas de milho. Recorde na agricultura brasileira".
"Uma safra se faz com planejamento. Sabemos que se não houver planejamento nas compras dos insumos, financiamento na hora certa, não adianta São Pedro colaborar que não vamos ter condições de fazer", disse o ministro que acrescentou: "A parte do governo estamos com ela totalmente pronta para uma nova e grande safra".
Para Maggi, o país deve fortalecer as exportações: "O principal negócio de um país é fazer negócio fora do país. É aí que vamos crescer", disse no discurso. "O mercado não se faz dando beijinhos e dando abraços. O mercado se conquista na cotovelada e na butina. É assim que tem que ser feito. Claro que dentro das regras".
Com informações da Agência Brasil