Economia

Manifestantes fazem ato em frente ao Congresso contra a reforma trabalhista

Com a sessão suspensa, contudo, várias pessoas já deixaram o local, mas prometem voltar no fim da tarde

Fernando Jordão - Especial para o Correio
postado em 11/07/2017 15:25

Com a sessão suspensa, contudo, várias pessoas já deixaram o local, mas prometem voltar no fim da tarde

Um grupo de manifestantes participa, na tarde desta terça-feira (11/7), de um ato no gramado em frente ao Congresso Nacional, contra o projeto da Reforma Trabalhista, cuja votação no plenário do Senado estava prevista também para terça. Como a sessão na Casa foi suspensa, vários participantes do protesto deixaram o local.

Policiais acompanham o protesto de longe. Não há nenhum no gramado. Eles se posicionaram em frente ao prédio do Congresso, onde estão um ônibus e duas viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), além de dois carros da Polícia Legislativa.

De acordo com o Batalhão de Trânsito (BPTran) da PMDF, não há previsão de interdição do trânsito na Esplanada dos Ministérios. Quatro viaturas da corporação também acompanham a manifestação de longe para verificar a necessidade, ou não, de uma eventual interdição no fluxo de veículos na região.

[SAIBAMAIS]Aldemir Domício, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Distrito Federal (CTB-DF) afirmou que os integrantes da central sindical devem voltar à Esplanada por volta das 18h, mas apenas se a sessão for retomada. ;Nossa intenção é chamar a atenção dos senadores e levar uma mensagem sobre este projeto [da Reforma Trabalhista];, afirmou.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), por outro lado, pretende continuar em frente ao Congresso, mesmo com a sessão suspensa. Eles acreditam que o número de participantes deve aumentar no fim da tarde. ;De manhã havia 3 mil pessoas aqui em um outro ato. Agora o pessoal saiu um pouco, mas já volta. A sessão está suspensa, mas pode ser retomada a qualquer momento;, justificou Rodrigo Rodrigues, secretário-geral da CUT Brasília.

;A gente quer mostrar nossa posição contra a reforma, porque ela é o preço que o empresariado está cobrando pelo golpe. Além disso, ela rasga todos os direitos trabalhistas conquistados ao longo dos anos;, completou Rodrigues.

Um carro de som está estacionado na Alameda dos Estados, também em frente ao Congresso. Além de tocar músicas ; todas nacionais, conforme destacou um dos locutores ; ele também informa como está a movimentação de senadores dentro do Congresso. A última informação passada aos manifestantes é que as lideranças partidárias estão reunidas para discutir se a votação da reforma será retomada ou adiada.


Cruzes

Várias cruzes foram instaladas em frente ao Congresso. Cada uma delas representa um direito trabalhista que, na visão dos manifestantes, será ;assassinado; pela reforma Trabalhista. Outra cruz ; esta, maior ; foi trazida pela vice-presidente da CUT Brasília e diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Meg Guimarães, para representar sua categoria. ;A gente acredita que essa é uma contrarreforma, porque ela não traz nenhum avanço, só retrocesso. Ela mexe até com direitos que foram conquistados há cem anos;, avaliou.

Com a sessão suspensa, contudo, várias pessoas já deixaram o local, mas prometem voltar no fim da tarde

Meg disse ainda que a suspensão da sessão plenária onde a reforma seria votada é uma ;vitória parcial, conquistada com o esforço de alguns senadores;, dentre os quais ela cita como exemplo Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Por fim, a diretora do Sinpro critica outros projetos propostos ; e alguns já aprovados ; pelo governo de Michael Temer, como a Reforma da Previdência, a Lei das Terceirizações e a PEC do Teto de Gastos.

;As duas reformas se complementam. Uma precariza as condições de trabalho, enquanto a outra inviabiliza que essa massa precarizada de trabalhadores tenha acesso a aposentadoria. Tudo faz parte de um desmonte muito grave;, ponderou.

Votação suspensa


A sessão aberta que discute a reforma trabalhista foi suspensa nesta terça-feira (11/7) após confusão entre parlamentares no Senado. O presidente da Casa, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), decidiu interromper a discussão do tema após cinco senadoras da oposição ocuparem a Mesa do Plenário, onde fica a cadeira do presidente, e se recusarem a deixar o local. Cerca de cinco minutos depois, as luzes do Plenário foram parcialmente apagadas e os microfones, desligados.

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