No dia em que se inicia a votação da denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer começou, desde cedo, nesta quarta-feira (12/7), mais um dia de reuniões com parlamentares da base aliada que devem se estender ao longo do dia. O peemedebista colocou a tropa de choque em campo e investiu na agenda positiva com anúncio de investimentos de R$ 11,7 bilhões em infraestrutura de estados e municípios, ao lado de um séquito de ministros e de representantes de entidades que tomaram o microfone para elogiar as iniciativas do governo.
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[SAIBAMAIS]Após encontro com deputados do PP, o chefe do Executivo participou da cerimônia de anúncio de Medidas para a Estruturação de Projetos de Infraestrutura pelos Estados e Municípios, com a assinatura de uma medida provisória que cria um fundo com participação de recursos da União. Desse montante, R$ 5,7 bilhões virão de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); R$ 4 bilhões, via financiamento do Banco do Brasil para projetos e concessões; e R$ 2 bilhões, de empréstimos da Caixa Econômica Federal para financiar concessões. No entanto, esses recursos não são novos, pois estavam dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que vem encolhendo ano a ano
"Ousadia" na reforma trabalhista
Temer classificou a cerimônia como ;uma reunião de trabalho;. Ao mencionar a aprovação da reforma trabalhista, ontem, pelo Senado Federal, ele reiterou que teve a ousadia de propor a mudança das relações entre trabalhador e empregador. ;Se eu pensasse eleitoralmente, não ia mexer nisso;, disse ele, citando também a reforma da Previdência. ;Este governo quer reconhecimento depois, e não aplauso hoje;, frisou.
O presidente adiantou que uma das ;ousadias; que ele pretende aplicar é chegar ao final do governo com uma autonomia verdadeira de estados e municípios, como prevê um sistema federativo. ;Temos 13 meses de governo e com tumulto dos mais variados;, disse ele, criticando o fato de, no Brasil, ocorrer um movimento curioso de "criar um novo Estado a cada 30 anos de crise", em referência às várias Constituições que o país já teve.
Durante a solenidade, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira; o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, elogiaram Temer e a aprovação da reforma trabalhista.
Martins e Araújo classificaram a mudança das regras trabalhistas como ;um marco histórico;. ;Era impossível gerar emprego com a legislação caótica que tínhamos;, afirmou Martins, lembrando que praticamente metade dos trabalhadores do setor da construção está na informalidade. ;Temos que acabar com privilégios de determinados grupos, sejam eles quais forem;, completou o presidente da Cbic, cumprimentando Temer pela vitória, solicitando que ele dê continuidade à agenda. ;O Brasil precisa de reformas;, finalizou.