Simone Kafruni
postado em 29/07/2017 08:00
A fatura de energia vai ficar mais cara em agosto. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acionar o primeiro patamar da bandeira vermelha no mês que vem. Com isso, a tarifa terá cobrança adicional de R$ 3 a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. Em julho, vigorou a bandeira amarela, com custo extra de R$ 2 por 100 kWh, e, em junho, a sinalização foi verde, sem acréscimos.
O órgão regulador avalia o volume de chuvas e a situação dos reservatórios das hidrelétricas do país para decidir a cor da bandeira tarifária para cada mês. Conforme a Aneel, como a situação hidrológica não é favorável, haverá necessidade de gerar mais energia termelétrica, a mais cara do mercado, em agosto. O custo da térmica mais cara a ser acionada no mês que vem será de R$ 513,51 por megawatt/hora (MWh). ;Como o sinal para o consumo é vermelho, os consumidores devem intensificar o uso eficiente de energia elétrica e combater os desperdícios;, afirmou a Aneel.
Analista de mercado da Safira Energia, Lucas Rodrigues explicou que existem níveis pré-determinados de custos para acionar as bandeiras. ;Para o consumidor pode ser novidade, mas quem acompanha o setor já previa esta elevação porque estamos num período de seca, com projeções de afluências desfavoráveis;, disse.
[SAIBAMAIS]Quando o custo da energia é inferior a R$ 211,28 o MWh, a bandeira fica verde, sem custo adicional. Entre esse valor e R$ 422,56, a sinalização é amarela, com cobrança extra de R$ 2 amarela. Até R$ 610, aciona o patamar 2 da vermelha, como ocorrerá em agosto, já que a usina mais cara vai gerar com custo de R$ 513,51. Acima de R$ 610, há o segundo patamar da bandeira vermelha, com acréscimo de R$ 3,50 a cada 100 kWh.
A tendência para os próximos meses, no entanto, não é consenso entre os especialistas. Para a consultora da Thymos Energia, Daniela Souza, não haverá acionamento patamar 2 da bandeira vermelha. ;Há perspectiva de chuvas no Sul em agosto e, com isso, pode voltar a bandeira amarela em setembro;, disse.
No entender de Marco Afonso, diretor de consultoria da CGI, a cor vermelha chegou para ficar. ;A capacidade dos reservatórios do Nordeste está em 15,6%, muito baixa. No Sudeste e Centro-Oeste, estão em 38,8%. A tendência natural é preservar a água e liberar as térmicas;, destacou. Ele assinalou que, no Nordeste, a energia eólica está batendo recordes de geração diária. ;A região está sofrendo com reservatórios baixos, mas os ventos estão bastante acima da média. Isso compensa um pouco;, avaliou.