Marlla Sabino - Especial para o Correio
postado em 31/07/2017 15:25
Hoje é a última chance para quem ainda não sacou o dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS). Quem deixou para a última hora deve ir preparado para agência: não esqueça o documento de identificação, carteira de trabalho e, se possível, rescisão do contrato com a empresa. Desde cedo, o movimento em algumas agências está tumultuado e as pessoas enfrentam longas filas pelo atendimento.
A carteira de trabalho só é necessária para retiradas acima de R$ 10 mil, mas o documento pode ajudar a corrigir dados durante o atendimento. Na agência da Caixa em Ceilândia Centro e Taguatinga, as pessoas começaram a chegar por volta das 9h30. Muitas aproveitaram a última chance para conferir se tinha algum valor para sacar, como o ex-embalador José Carlos Pinto e Silva, 53 anos.
Na esperança de resolver o problema, ele chegou cedo para saber se havia algum dinheiro para sacar, de alguma das empresas que trabalhou anteriormente. ;Desde que comecei a trabalhar tive carteira assinada e nunca usei esse dinheiro;, contou. Desempregado há dois meses, ele pretende usar a quantia que conseguir para comprar remédios.
A cuidadora de idosos Rosalina Alves de Oliveira, 50, precisou trocar o horário de trabalho com um colega para conseguir ir até o banco hoje. ;Preciso pagar o cartão de crédito e o conserto do carro, que são despesas que não estavam no orçamento;. contou. ;Acho que são poucas pessoas para atender e é muita gente. Outro dia cheguei aqui às 11h e às 15h ainda não tinha sido atendida e desisti;, analisou a analista técnica Paula Alves, 33 anos.
Tem direito a retirar o FGTS das contas inativas pessoas que foram demitidas por justa causa ou pediram demissão até 31 de dezembro de 2015. O trabalhador, no entanto, não pode sacar o saldo de uma conta ativa, ou seja, que ainda receba depósitos pelo empregador atual. Quem não resgatar o dinheiro até hoje, só conseguirá sacá-lo se estiver enquadrado nas hipóteses que permitem o saque do FGTS, como doenças graves ou aposentadoria.
De acordo com Paulo Leonel Menezes, superintendente regional da Caixa Econômica, todos os trabalhadores que chegarem em uma agência bancária hoje, dentro do horário de funcionamento, serão atendidas. ;Tivemos antecipação do calendário para a liberação do último lote. O quantitativo que ainda esperamos é reduzido. Quem for hoje a uma agência, não ficará sem atendimento;, garantiu.
Os trabalhadores que tiverem algum impedimento ou problema causado, exclusivamente, pelo sistema do banco poderão fazer a solicitação do saque e terão direito a retirar o dinheiro até o dia 7 de agosto. Mas ainda assim, devem ir até uma agência hoje e formalizar o pedido. Caso a dificuldade tenha sido causado por alguma falha da empresa empregadora, como a falta de depósito do dinheiro, o prazo não será estendido.
A Caixa Econômica Federal liberou R$ 42,8 bilhões das contas inativas até o último dia 19. O montante equivale a 98,33% do total disponível para saques, de R$ 43,6 bilhões. O dinheiro foi retirado por 25,3 milhões de trabalhadores - ainda faltam cerca de 5 milhões de pessoas (11,3% do total).
Distrito Federal
Até o dia 20 de julho, 446,2 mil trabalhadores já haviam realizado o saque das contas inativas no Distrito Federal, totalizando R$ 833,1 milhões. A estimativa inicial era de 507,8 mil trabalhadores com direito ao saque das contas inativas, mas os dados foram atualizados em função de ajustes cadastrais, trabalhadores que foram às agências regularizar contas que apresentavam inconsistências.
Prazo prorrogado
Na última quarta-feira (26/7) o presidente Michel Temer assinou decreto que prorroga até 31 de dezembro de 2018 o prazo para os saques das contas inativas, em casos de "comprovada impossibilidade de comparecimento pessoal do titular". A medida beneficia pessoas que comprovarem situação de doença impeditiva à locomoção e reclusão em regime fechado para realização do saque das contas inativas do FGTS, no período de 10 a 31 de julho de 2017. As pessoas nessas situações devem comprovar por meio de atestados médicos ou decisão judicial, respectivamente.