Agência Estado
postado em 02/08/2017 18:18
No aguardo pela votação da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, o dólar operou a maior parte do tempo em baixa, acentuando as perdas no início da tarde depois que a sessão atingiu os 342 parlamentares necessários para a votação. Os investidores seguem focados na margem favorável que Temer poderá ter para analisar a viabilidade de aprovação da reforma da Previdência. Além disso, o petróleo em alta de mais de 1% e a fraqueza da moeda americana no exterior contribuíram para o movimento vendedor.
Na última hora de negociação, o dólar reduziu as perdas em meio ao atraso no início da votação, que chegou a ser cogitada para começar às 14h e depois foi postergada, com previsão para o início da noite. Pela manhã, foi observada certa cautela.
Ainda assim, a perspectiva do mercado de continuidade do governo Temer prevaleceu. De acordo com o operador da corretora H Commcor Cleber Alessie Machado Neto, os mercados se animaram após a Câmara atingir o quórum de 342 parlamentares necessários para dar início à votação e com a rápida elevação deste número.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginald Galhardo, apontou que o mercado tem operado no sentido de que, se Temer ganhar corpo agora, ele conseguirá aprovar a reforma da Previdência, "gerando credibilidade ao país, que é o que a gente precisa agora para atrair de volta os investimentos".
Outros fatores também contribuíram para a queda do dólar. A moeda americana no exterior passou a operar com fraqueza depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma medida que impõe sanções contra o Irã, Coreia do Norte e Rússia.
Além disso, o dólar perdeu força também depois que a presidente da unidade de Cleveland do Federal Reserve (Fed), Loreta Mester, defendeu que o Fed mantenha o ritmo de aperto monetário gradual. Já o presidente da unidade de St. Louis do Fed, James Bullard, disse que o banco central americano deveria ficar "em pausa" no que se refere a novas altas de juros, dadas as leituras baixas de inflação. A alta de mais de 1% do petróleo também ajudou na valorização do real.
No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,18%, aos R$ 3,1202. O giro financeiro somou US$ 715 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1141 (-0,37%) e, na máxima, aos R$ 3,1381 (%2b0,39%).
No mercado futuro, o dólar para setembro caiu 0,43%, aos R$ 3,1315. O volume financeiro movimentado somou US$ 13,07 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1320 (-0,41%) a R$ 3,1560 ( 0,34%).