Marlla Sabino - Especial para o Correio
postado em 15/08/2017 06:00
Depois de oito meses de procura e vários currículos enviados, Ellen Gomes, 26 anos, foi contratada como recepcionista em um estúdio de beleza. No salão, ela recepciona os clientes e faz agendamentos pelo telefone. "Gosto muito do ambiente e de observar o trabalho dos profissionais que trabalham com cabelo e maquiagem", contou. Ellen apostou nos sinais de recuperação do setor de embelezamento para sair do desemprego. Segundo pesquisa da Rizzo Franchise, as franquias de cuidado com o corpo, como os salões, movimentaram R$ 860 milhões no ano passado. Levantamento do Correio apurou que há 235 vagas disponíveis no Distrito Federal para cabeleireiros, manicures, designers de sobrancelha e massagistas.Leia mais notícias em Brasil
Capacitação e aperfeiçoamento devem ser as palavras-chaves para esses profissionais, ressaltou a técnica do Senac Márcia Valeria. ;Temos uma clientela muito exigente e procedimentos novos a cada dia. É importante que a pessoa se capacite e continue estudando. Temos demanda e vemos o reflexo disso nas salas de aula cheias;, observou. ;Até pouco tempo atrás, bastava cortar cabelo para ser cabeleireiro. Hoje, o profissional deve estar pronto para oferecer atendimento personalizado, como uma consultoria;, acrescentou Márcia.
A retomada do poder de consumo dos brasileiros se tornou um atrativo para quem pensava em investir em negócio próprio. Assim fez Mariana Estrela, proprietária da loja de cosméticos Making, que abriu as portas há pouco mais de um mês. ;Trabalhávamos com imóveis. E estava muito difícil. Então, eu e meu marido resolvemos que abriríamos outro negócio. A escolha foi pela percepção da falta de uma loja similar no local que escolhemos;, contou. Para atender a clientela, Mariana conta com duas vendedoras e está a procura de mais uma (veja no quadro abaixo). ;Procuro alguém que me passe confiança, que demonstre vontade de trabalhar;, afirmou. Além dessas qualidades, Mariana busca profissionais com boa comunicação, postura e paciência, características importantes para lidar com o público.
A vendedora Andreza Cruz, 39 anos, teve a chance de se recolocar no mercado em um estabelecimento novo de produtos de beleza. Como sempre foi vaidosa, trabalhar com maquiagens, perfumes e produtos para cabelo é tarefa fácil para ela. ;Comecei a me maquiar cedo, na minha família todas as mulheres sempre se arrumaram. Muitas meninas que chegam à loja não têm contato com alguns dos produtos e gosto de ensinar;, afirmou. Além da facilidade com os produtos, Andreza sabe lidar com o público. ;O vendedor tem que estudar para saber argumentar e explicar tudo que o cliente quer saber. Quando a pessoa sai da loja satisfeita, volta;, aconselhou.
Trabalhar com beleza é uma opção tanto para quem é empregado quanto para quem tem seu próprio negócio. A cabeleireira e proprietária de um salão de beleza Carmem Pinheiro, 47 anos, está na área há 10 anos e não pretende mudar de profissão. ;É um bom ramo pra mim;, disse. Quando o assunto é crise, a empreendedora, que ganha até R$ 10 mil por mês, dá conselhos para quem quer se manter no mercado. ;Não adianta só pensar em dinheiro. É preciso atender bem a clientela;, defendeu. Carmem tem quatro funcionários, que recebem comissão pelos serviços.
Apesar de ser um ramo que continua em crescimento, o rendimento já não é o mesmo, explicou Dalva Lima Tavares, 64, que mantém um salão há 18 anos. ;Já ganhei bastante dinheiro. Antigamente, meus funcionários recebiam R$ 5 mil por mês. Hoje, isso é o que eu ganho;, disse. Além de Dalva, o salão tem uma cabeleireira e uma manicure que ganham comissão.
* Estagiária sob supervisão de Simone Kafruni.