Hamilton Ferrari
postado em 22/08/2017 22:18
O anúncio da privatização da Eletrobras provocou euforia no mercado nesta terça-feira (22/8). As ações da companhia dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechando a sessão com alta de 49,30% nas ordinárias e de 32,08% nas preferenciais. O desempenho da estatal contagiou os demais papéis, levando o Ibovespa, principal índice do pregão, a alcançar 70.011 pontos, a melhor marca desde janeiro de 2011. Somente uma das ações que integram o indice fechou em baixa.
No mercado de câmbio, o dólar operou em queda durante quase todo o dia, mas fechou em alta de 0,38%, cotado a R$ 3,18 para venda, reagindo à obstrução da votação da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) na comissão especial do Congresso que analisa o tema.
Com o salto das ações, o valor de mercado da Eletrobras, passou de R$ 20 bilhões para R$ 29 bilhões em poucas horas. O Ministério de Minas e Energia encaminhou a proposta de privatização na última segunda-feira ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas a notícia só veio a público à noite. Com a novidade, o índice abriu a terça-feira em alta de 0,65%, a 69.079 pontos. O patamar de 70 mil pontos foi alcançado, pela primeira vez, por volta de 11h45.
Thiago Alvarenga, analista da MyCAP, da ICAP Corretora, destacou que o anúncio da privatização fez subir não apenas as ações da Eletrobras, mas também papéis como os da Cemig (8,58%) e os do Banco do Brasil (4,38%). ;A notícia acelerou um movimento altista que vinha desde meados de junho e projetou novas altas;, avaliou. O recorde histórico do Ibovespa, de 73.516 pontos, foi alcançado em maio de 2008.
Rafael Sabadell, gestor da GGR Investimentos, disse que há um sentimento de otimismo nos mercados brasileiros pós-delação da JBS. Em maio, quando vieram a público as gravações de conversas do empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer, o Ibovespa caiu de 67 mil para 61 mil pontos em apenas um dia. Desde então, o índice se recuperou gradativamente. ;A proposta de privatização puxa o índice por conta da percepção de impacto positivo para a própria empresa, quanto pelo prospecto positivo para as contas públicas;, avaliou.