Agência Estado
postado em 29/08/2017 09:03
O Índice de Confiança da Indústria subiu 1,4 ponto em agosto na comparação com julho, atingindo 92,2 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (29/8). Com o resultado, o indicador, segundo a instituição, praticamente retorna ao nível de maio (92,3 pontos), pré-crise política. Em junho, primeiro mês impactado pelo aumento da incerteza após a delação da JBS implicar o presidente Michel Temer, a confiança recuara 2,8 pontos.
A alta da confiança alcançou 11 dos 19 segmentos industriais e decorreu da melhora das avaliações sobre a situação atual e também das expectativas sobre o futuro dos negócios. O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 1,6 ponto, para 90,0 pontos, atingindo o maior valor desde maio de 2014, e o Índice de Expectativas (IE) aumentou 1,0 ponto, para 94,4 pontos. Somadas, as altas registradas pelo IE em julho (1,3 ponto) e agosto ainda não foram suficientes para recuperar a perda registrada em junho, de 3,6 pontos.
"A boa notícia da Sondagem de agosto de 2017 é que as avaliações das empresas sobre a situação atual começam a melhorar de forma consistente e atingem o melhor resultado desde o início da crise, em 2014. As expectativas também se recuperam do susto com o aprofundamento da crise política em maio, mas calibradas para baixo", afirma Tabi Thuler Santos, coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE.
A percepção mais otimista em relação ao nível de estoques foi a principal contribuição para a elevação do ISA em agosto. A parcela de empresas que avalia os estoques como excessivos caiu de 12,1%, em julho, para 10,8% do total - a menor desde fevereiro de 2014 (9,1%). Houve também aumento da parcela de empresas que consideram o nível de estoques insuficiente, de 3,3% para 3,6% do total entre julho e agosto. A FGV, contudo, pondera que as empresas seguem com estoques industriais indesejados após quatro meses consecutivas de piora.
O melhor desempenho do IE foi motivado pelas expectativas mais elevadas em relação à produção nos três meses seguintes. O indicador de produção prevista avançou 2,9 pontos, para 96,3 pontos, movimento insuficiente para compensar a queda de 5,6 pontos no bimestre junho-julho.
A proporção de empresas que acredita no crescimento da produção aumentou mais que a fatia que vê queda da produção à frente. Enquanto a parcela que espera produção maior cresceu de 29,1% para 34,2%, a proporção que estima produção menor subiu de 17,7% para 20,2%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) recuou 0,6 ponto porcentual, para 74,31%, nível inferior à média do ano (74,5%).
A edição de agosto de 2017 coletou informações de 1.182 empresas entre os dias 1; e 24 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 29 de setembro de 2017 e a prévia deste resultado será divulgada no dia 22 de setembro.