Economia

Presidente-executivo da Abimaq diz não estar otimista para 2018

O indicador, no acumulado de janeiro, cai 25,4% em relação a igual período do ano passado

Agência Estado
postado em 30/08/2017 15:26
O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse nesta quarta-feira (30/8), que não está otimista para 2018, principalmente em razão do consumo aparente verificado até agora em 2017. O consumo aparente inclui as importações na conta do faturamento do setor e exclui as exportações, para ter uma ideia do tamanho da demanda interna.


[SAIBAMAIS]O indicador, no acumulado de janeiro, cai 25,4% em relação a igual período do ano passado. "Não dá para dizer que vamos voltar a vender em 2018, por mais otimista que tenha de ser um dirigente de associação setorial. Como vou ficar otimista com um número desse?", questionou o executivo.

Uma dos motivos para o pessimismo de Velloso está no nível da taxa básica de juros. "Embora a taxa Selic tenha caído, a velocidade de queda da inflação foi maior, então a taxa de juros real aumentou. Por que aumentar a taxa de juros na maior recessão da minha vida?", criticou o presidente-executivo da Abimaq.

Ele, inclusive, voltou a se posicionar contra a criação da TLP (Taxa de Longo Prazo), no lugar da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). "Falam de subsídio como se fosse o maior vexame da história do País, como se os EUA e a Europa não dessem subsídio. A TJLP não é subsídio, quem diz isso está sendo superficial, não se aprofunda", disse Velloso.


Velloso também afirmou que o governo não tem conseguido colocar em prática o ajuste fiscal prometido no início da gestão de Michel Temer. Segundo ele, a equipe econômica "escolheu caminhos e ferramentas que não foram as melhores escolhas sob nosso ponto de vista". "O Brasil está fazendo de tudo para cortar despesa, aprovou a PEC dos gastos, mas isso não é tão eficiente, porque existem muitas despesas que governo não consegue cortar com a tesoura."

Na avaliação de Velloso, o problema principal, hoje, é a arrecadação, não a despesa. "A velocidade de queda da receita foi muito maior do que a queda da despesa, e não houve nenhum movimento do governo atrás de novas receitas. Passou um ano e continuo sem perspectivas", afirmou.

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