A alta no mês surpreendeu o mercado. A mediana das expectativas de analistas consultados pelo Banco Central (BC) apontava para um avanço de 0,39%. O desempenho levou a inflação ao patamar mais baixo no atual processo de desaceleração no acumulado em 12 meses. Nesse período encerrado em agosto, a carestia registra crescimento de 2,46%. É a menor variação desde fevereiro de 1999.
Para especialistas, a taxa atingida nos 12 meses encerrados em agosto deve ter atingido o piso do IPCA nessa base comparativa. Por questões estatísticas, a carestia não permanecerá em desaceleração nos próximos quatro meses. Isso acontecerá porque, no mesmo período do ano passado, os preços dos alimentos já se encontravam em processo de arrefecimento. E, para este ano, entre setembro e dezembro, não é esperado o mesmo cenário.
O resultado em agosto abaixo das expectativas do mercado foi possível graças à queda dos preços de alimentos. No mês passado, os gastos médios com alimentação e bebida recuaram 1,07%. O resultado foi atribuído pelo IBGE à safra recorde no período. Os destaques ficaram por conta do feijão-carioca, que recuou 14,86%, e do tomate, que apresentou queda de 13,85%.