[SAIBAMAIS]Mesmo com a forte desaceleração, o Ibovespa renovou hoje seu patamar recorde, atingido ontem pela primeira vez em nove anos. Assim como ocorreu na véspera, a alta das bolsas de Nova York e a percepção de melhora do quadro econômico interno foram os combustíveis do bom humor do investidor da renda variável. Durante boa parte do dia, o mercado andou descolado do cenário político, minimizando as investigações da Polícia Federal que apontam o presidente Michel Temer como participante ativo do chamado "quadrilhão" do PMDB.
O oregão começou a perder fôlego depois das 15h30, com a notícia do inquérito contra o presidente, que tem como objeto o Decreto dos Portos, editado em maio deste ano e que teria favorecido uma empresa do setor. As ordens de venda começaram nas ações da Petrobras e dos bancos, que passaram a operar em queda. Em contrapartida, papéis como Vale, Ambev e os do setor elétrico mantiveram o sinal positivo e impediram que o Ibovespa caísse.
"Vejo a desaceleração da tarde apenas como uma realização de lucros, uma vez que a bolsa acumula ganhos significativos e está mesmo merecendo essa correção. A notícia do STF acabou sendo a justificativa para a realização", diz Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor. Ferreira afirma que o mercado tem estado mais apegado ao cenário econômico que ao político, dando maior importância a questões como a desaceleração da inflação e a queda dos juros.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, a maior alta foi de Ambev ON ( 3,70%), seguida por Cemig ON ( 3,56%) e Natura ON ( 3,04%). Já Fibria ON (-2,51%) Ecorodovias ON (-2,45%) e Gerdau Metalúrgica (-2,44%) foram as principais quedas. Petrobras ON e PN subiram durante o dia, mas inverteram a tendência após a notícia do STF e terminaram o dia com perdas de 0,77% e 0,80%, respectivamente. Banco do Brasil ON recuou 1,15%. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar alta de 5,23% em setembro e 23,76% em 2017.