Rosana Hessel
postado em 21/09/2017 08:40
O Banco Central (BC) reduziu novamente a previsão para a inflação deste ano devido ao cenário de ;surpresas deflacionárias; entre junho e agosto. O órgão também elevou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em meio às revisões mais otimistas do mercado. Para 2018, a previsão de inflação passou de 4,5% para 4,3%.
[SAIBAMAIS]Conforme o Relatório Trimestral de Inflação do BC, divulgado nesta quinta-feira (21/09), a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2017 passou de 3,8%, em junho, para 3,2% neste ano. Esses patamares continuam bem abaixo da meta de inflação para 2017, que é de 4,5% ao ano.
A meta fiscal é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, decide elevar ou reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic). ;Nos três meses encerrados em agosto, a variação do IPCA situou-se 0,27 ponto percentual abaixo do cenário básico apresentado no Relatório de Inflação de junho, a despeito de elevações não antecipadas nos preços de combustíveis e energia elétrica residencial;, informou o BC.
A autoridade monetária destacou a retomada da economia e informou que a Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, pelo segundo período consecutivo, que sinalizou revisões mais positivas para o crescimento do ano, mas descartou um corte extra dos juros no fim do ano ;por causa das incertezas no campo político, que travam não apenas uma queda estrutural da taxa como a melhora nas previsões para a retomada do crescimento;. ;A trajetória dos indicadores de atividade evidencia consolidação do processo de estabilização da economia brasileira e recuperação gradual da atividade econômica;, afirmou o BC.
PIB maior
A projeção para o crescimento do PIB para 2017, incorporando os resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi revisada de 0,5% para 0,7%. ;A revisão positiva reflete, principalmente, o desempenho do PIB no segundo trimestre, superior à mediana das expectativas do mercado. Nesse sentido, ressalte-se que resultados setoriais de indicadores de maior frequência, recentemente divulgados, têm mostrado surpresas positivas, ensejando perspectivas favoráveis para o crescimento da atividade;, afirmou o relatório.
De acordo com a autarquia, a trajetória recente dos principais indicadores de atividade mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da atividade econômica. A expansão significativa do consumo das famílias, após nove variações trimestrais negativas, na avaliação do BC, foi sustentada pelo aumento da massa de rendimentos reais, em ambiente de expressivo processo desinflacionário, e pela reação do crédito às famílias, refletindo o efeito dos cortes na taxa básica de juros e o estágio avançado do processo de desalavancagem das famílias.
;Adicionalmente, há evidências de que a liberação de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também contribuiu para a alta do consumo nos últimos meses;, acrescentou a autoridade monetária, destacando um ;quadro mais favorável de atividade foi acompanhado pela melhora nos indicadores no mercado de trabalho;.