Rodolfo Costa
postado em 21/09/2017 10:27
O arrefecimento da carestia continua surpreendendo. Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) -- conhecido como a prévia do indicador oficial de inflação -- subiu 0,11%. É não somente menor resultado para o mês desde 2006, como também veio abaixo da mediana das expectativas do mercado, de 0,14%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (21/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o desempenho mensal, a variação acumulada em 12 meses registra alta de 2,56%, o menor crescimento desde setembro de 1998.
[SAIBAMAIS]A ligeira alta em setembro veio em linha com a previsão de muitos analistas. Após um resultado baixo e surpreendente da inflação de agosto, grande parte dos economistas revisaram as projeções por um IPCA mais baixo em setembro, o que também se reflete no resultado da prévia, que contabiliza um período acumulado de 30 dias encerrados no último dia 15.
Mais uma vez, a inflação veio baixa puxada pela queda de preços dos alimentos. No período estudado, o grupo de alimentação e bebidas -- que representa cerca de 25% do indicador -- registrou deflação de 0,94%. Os destaques ficaram por conta dos custos com tomate, que recuaram, em média, 20,94%, do feijão-carioca (-11,67%), do alho (-7,96%), do açúcar cristal (-4,71%), e do leite longa vida (-3,83%).
Em contrapartida, os gastos médios com a categoria de transportes tiveram um impacto contrário. Essa classe de despesas subiu 1,25%, puxada, sobretudo, pelos gastos com combustíveis, que avançaram 3,43%. Dentro do sub-grupo com combustíveis, o destaque ficou por conta da gasolina (3,76%) e do etanol (2,57%).