Agência Estado
postado em 02/10/2017 22:14
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira, 2, que o crescimento da economia brasileira no ano que vem poderá ser "bem maior" do que a taxa prevista pelo mercado, de 2,38%, conforme o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira. Ao discursar em evento na capital paulista, Meirelles destacou que dados do terceiro trimestre, como vendas de veículos e de papelão, sugerem que a economia está avançando em ritmo mais forte do que se imaginava há algum tempo.
O ministro assinalou que o crescimento econômico se espalhou do agronegócio a outros componentes do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse ponto, lembrou que o consumo das famílias voltou a crescer no segundo trimestre como resultado da queda da inflação e da liberação de recursos de contas inativas do FGTS.
Durante discurso proferido na cerimônia de abertura da Futurecom, feira de tecnologia que acontece no Expo Transamérica, centro de convenções na zona sul da capital paulista, Meirelles frisou ainda que o desemprego começou a cair em abril, quando economistas esperavam a virada apenas no terceiro trimestre.
Ele comentou que mais importante de olhar para o crescimento previsto para este ano - de 0,7% segundo economistas - é observar o desempenho da economia no último trimestre, que, conforme repetiu o ministro, deverá mostrar alta de 2% a 2,5%. "O que significa que entraremos em 2018 crescendo a ritmo superior a 2% ao ano", afirmou. "Para 2018 inteiro, analistas preveem crescimento de 2,38%. Mas acreditamos que essa taxa poderá ser bem maior", declarou o ministro.
Ciclo
Meirelles fez um discurso em que exaltou a retomada do crescimento econômico e destacou que o País já está em ritmo de "recuperação sólida". Segundo o titular da Fazenda, a economia entrou num ciclo de crescimento que poderá ser o mais longo em pelo menos uma década, com taxas de juros baixas por período prolongado. "A recuperação cada vez mais vai surpreender analistas por sua força e vigor", afirmou.
"A retomada da atividade, a geração de postos de trabalho, a queda da inflação e a taxa de juros vieram para ficar. Vamos ver que esse ciclo de crescimento será talvez o mais longo dos últimos tempos, talvez da última década ou mais", comentou o ministro. Ele acrescentou que a taxa de juros mais baixa pode ser um fenômeno que se estenderá por "algumas décadas".
Diante do presidente Michel Temer, o ministro apontou que a economia poderá crescer no ano que vem bem mais do que economistas estão prevendo (2,38%), defendendo a aprovação das reformas como o caminho para que a recuperação seja continuada. "A economia nos trará boas surpresas nos próximos trimestres, mas temos que continuar trabalhando, avançando na agenda de reformas para que esse cenário de fato se concretize."