Simone Kafruni
postado em 05/10/2017 11:38
O ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, garantiu, nesta quinta-feira (5/10), que o país não corre risco de desabastecimento de energia, apesar de a expectativa de chuvas, no próximo período úmido, não ser otimista. "O nível dos reservatórios não está bom, mas também não é o pior da história. E, hoje, nós temos uma condição muito confortável em termos do sistema elétrico;, afirmou.
[SAIBAMAIS]Segundo ele, os meteorologistas que assessoram o Operador Nacional do Sistema Elétrico (OSN) dizem que umidade que normalmente se forma na Amazônia está demorando a se formar. ;O solo está mais seco e isso pode significar um atraso no período úmido, e uma hidrologia inferior à média. Aliás, os períodos úmidos dos últimos cinco anos tem sido bastante inferiores. No Nordeste, estão à metade;, ressaltou.
Apesar da falta de chuvas, o ministro interino explicou que o governo está trabalhando pelo lado da oferta. ;O CMSE (Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico) contabilizou a entrada de quase 5 mil megawatts (MW) de energia nova este ano. O crescimento da demanda foi muito baixo, por conta da crise, e isso levou a um excesso de capacidade;, disse.
Pedrosa destacou que o país está avançando nas linhas de transmissão que transportam a energia dos projetos estruturantes do Norte do país. ;Os linhões vão estar disponíveis, no início do próximo ano, para levar grandes blocos de energia para o mercado do Sudeste. Então, nossa condição de atendimento não é comparável a momentos do passado em que houve estresse do sistema. Temos conforto no atendimento;, assegurou.
O ministro admitiu, contudo, que há uma expectativa de preço alto. ;O mais correto é dar transparência. Nós estamos praticando a verdade. Está chovendo pouco e o custo da energia vai ficar mais alto. O uso racional da energia é bom para o país e para todo mundo;, alertou.
Segundo Pedrosa, o setor elétrico está preparado até mesmo para uma retomada econômica. ;A oferta para os leilões foi enorme, muitas vezes maior do que nossa capacidade de consumir energia. Há tranqüilidade em relação a isso;, disse, durante evento promovido pela Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) para debater o aperfeiçoamento do marco regulatório do setor.