Rodolfo Costa
postado em 18/10/2017 10:10
A sindicalização perdeu força no Brasil. Em quatro anos, a população de trabalhadores associados a algum sindicato caiu de 17,9 milhões para 16,9 milhões. Ou seja, 1 milhão de pessoas se desvincularam de uma entidade representativa da classe trabalhadora. É o que aponta um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado nesta quarta-feira (18/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O destaque não fica por conta apenas da dessindicalização. A redução de associados aconteceu mesmo diante do aumento da população ocupada. Os 17,9 milhões de sindicalizados representavam em 2012 uma proporção de 13,6% dos 131,5 milhões de ocupados. Em 2016, essa dimensão recuou para 12,1%, mesmo a força de trabalho tendo atingido um total de 139,1 milhões.
A queda na sindicalização foi disseminada entre trabalhadores do sexo masculino e feminino. Entre 2012 a 2016, a proporção de homens caiu de 15,3% para 14,8%, o que representa um recuo de 0,5 ponto percentual. A redução entre mulheres foi mais notável, caindo de 11,9% para 11,2%, uma retração de 0,7 ponto percentual.
Os nordestinos foram os que mais se mantiveram fiéis aos sindicatos. Embora a proporção de sindicalizados na região tenha caído no mesmo período analisado, de 15,7% dos ocupados, em 2012, para 14,7%, em 2016, -- o que representa uma queda de 1 ponto percentual --, o recuo foi o menor entre as regiões pesquisadas.
A região Sul foi onde a dessindicalização foi mais notada. Há quatro anos, 16,8% dos sulistas eram associados a algum sindicato. No ano passado, essa proporção caiu para 14,2%, o que representa uma retração de 2,6 pontos percentuais.