Economia

Bandeira vermelha: saiba como economizar energia e ter conta mais barata

Com a chegada do calor e a alta no valor da bandeira vermelha, a ordem é ficar de olho no consumo e evitar desperdícios, um dos principais fatores que deixam a conta de luz cara

Larissa Ricci/Estado de Minas, Simon Nascimento* - Estado de Minas
postado em 30/10/2017 09:09
O ar-condicionado pode ser o vilão da conta de luz em tempos de calor. Aparelho aumenta o consumo em até 30% se usado incorretamente
Com a elevação da temperatura, ocorre também o aumento do uso de eletrodomésticos, como ar-condicionado, ventilador e chuveiro. O desperdício de energia elétrica ainda é um dos principais fatores que encarecem a conta de luz dos consumidores de todas as regiões do país. Dessa forma, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ressalta que uma série de medidas pode diminuir o consumo e o valor da conta. No início da semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um aumento no valor cobrado pela tarifa vermelha, que deve continuar pelos próximos meses.

Para evitar gastos excessivos que possam pesar no bolso, é importante saber que o consumo de energia elétrica depende de duas principais variáveis: a potência dos equipamentos e o tempo de uso de cada um deles. ;Ou seja, o tempo de funcionamento do equipamento vai ser determinante para a redução ou acréscimo do consumo. O ar-condicionado é um dos maiores vilões desta temporada de calor. Quando você coloca a temperatura do equipamento muito baixa, você força o aparelho a trabalhar mais. Muitas vezes, o consumidor o deixa ligado mesmo quando não está na casa;, disse Fernando Queiroz, engenheiro de Soluções de Energias da Cemig. Segundo o especialista, o ar-condicionado pode ser responsável por uma elevação de até 30% na conta de energia. Portanto, ele deve ser instalado de acordo com o tamanho do ambiente e a real necessidade da residência.

Dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) apontam que, nos últimos três anos, foram desperdiçados mais de 140 mil gigawatts-hora (gwh) ; energia suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes por mais de um mês. Esse desperdício representa um gasto adicional de mais de R$ 60 bilhões, que poderiam ser destinados para outras áreas de interesse da sociedade. O levantamento também destaca que Minas Gerais desperdiçou, somente no ano passado, mais de 5 mil gwh de energia, o que significa volume de recursos de cerca de R$ 2,4 bilhões desperdiçados. Agora, além da continuação das chuvas abaixo da média histórica, que faz com que o mês de novembro acione a bandeira vermelha, a tarifa deve ser ainda mais cara. A Aneel aprovou um aumento de 42,8% para o valor do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha. Com o reajuste, a taxa cobrada nas contas de luz quando essa bandeira é acionada passará de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.

Medidas para ajudar

Portanto, é importante pensar em medidas para reverter o quadro e desafogar o bolso. O chuveiro elétrico também pode contribuir para o desperdício e o aumento da conta de energia do consumidor nos dias mais quentes. ;No calor, a tendência é tomar banho morno, lavar o cabelo mais vezes e demorar mais. Mas as pessoas precisam tomar muito cuidado: um chuveiro ligado corresponde a 54 aparelhos de televisão. Ou seja, 10 minutos de banho correspondem a nove horas com a televisão ligada;, pontuou Fernando. A eletricidade consumida por aparelhos eletrônicos no modo stand by também pode representar um acréscimo de até 15% na conta de energia elétrica. ;Se você deixa um equipamento ligado desnecessariamente está desperdiçando energia. Em stand by, os aparelhos consomem menos do que em uso normal, mas seria como uma torneira pingando 24 horas, todos os dias, e essa água não é utilizada. Para economizar, é necessário que o consumidor retire o equipamento da tomada;, afirma o engenheiro.

Agora, caso vá adquirir um novo equipamento, é importante optar por aparelhos que tenham o selo Procel ou a etiqueta do Inmetro com a letra ;A;, pois são equipamentos mais eficientes. ;O selo, criado pelo programa do governo federal, tem como objetivo ser uma ferramenta simples, que permite ao consumidor conhecer, entre os dispositivos e eletrodomésticos à disposição no mercado, os mais eficientes e que consomem menos energia;, disse Fernando. Depois da compra, cuidado com a instalação: a má aparelhagem dos fios pode resultar em superaquecimento da fiação. ;Isso faz com que a energia seja utilizada para aquecer os próprios fios, em vez de ser transformada em eletricidade útil para ligar um eletrodoméstico. Ou seja, embora não tenha sido efetivamente utilizado pelo consumidor, o gasto é incluído na hora de calcular o valor da conta;, afirma Fernando.

Como reduzir o gasto

O QUE NÃO FAZER

; Deixar a porta aberta quando o ar-condicionado estiver ligado. Também é importante fechar as cortinas nos dias de sol para que não seja necessário diminuir a temperatura do equipamento
; Banhos demorados (acima de 10 minutos)
; Deixar a torneira aberta enquanto ensaboa

O QUE FAZER

; Evitar guardar objetos quentes dentro da geladeira e realizar a manutenção das borrachas da porta caso necessário
; Limpar e fazer o degelo da geladeira periodicamente, como recomenda o fabricante, é outra medida que ajuda a diminuir o consumo de energia. O excesso de gelo e a disposição de alimentos ainda quentes no interior da geladeira forçam o equipamento e elevam o consumo de eletricidade
; Aparelhos em stand by também são responsáveis por gastos desnecessários de energia. A orientação é de que os aparelhos sejam desligados, caso não estejam em uso constante. Micro-ondas, máquinas de lavar e televisores (caso exista mais de um na residência), podem permanecer desconectados das tomadas, ajudando na redução do consumo
; Uma lâmpada fluorescente compacta economiza 75% em comparação a uma lâmpada incandescente de luminosidade equivalente. Se a opção for por uma lâmpada de LED, essa economia sobe para 85%
; Acumular roupa para reduzir o uso da máquina de lavar

*Estagiário sob supervisão da subeditora Regina Werneck

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